Realismo: principais autores, obras e contexto histórico

O Realismo foi a escola literária que veio como reação ao Romantismo, no século XIX, por isso, possui características como: crítica à sociedade, objetividade e visão mais científica dos fatos.

Leia, aqui, informações completas sobre contexto histórico mundial e brasileiro, principais autores e obras.

Contexto Histórico Mundial

Realismo: principais autores, obras e contexto histórico
Primeiros movimentos a favor dos sindicatos e melhoria da condição dos trabalhadores.

Após a ascensão da Revolução Industrial, principalmente com o surgimento de novas tecnologias como locomotivas, máquinas a vapor, telégrafo e telefone, aconteceu o êxodo rural para a cidade e a Belle Époque (do francês, Bela Época), nos quais o clima intelectual e artístico dominavam grandes metrópoles, como Paris e Londres, principalmente entre o período do fim da Guerra Franco-Prussiana, até o início da Primeira Guerra Mundial.

Nessa época, as pessoas buscavam empregos nas fábricas, porém encontravam apenas salários abusivos, longas jornadas de trabalho e condições de vida precárias – a divisão de classes crescia e enriquecia apenas os burgueses. Porém, os operários, ao entenderem a situação, começaram a organizar-se em prol dos seus direitos, nascendo, assim, os movimentos sociais, como o socialismo e o comunismo.

Esses movimentos pregavam que as terras e os meios de produção deveriam pertencer a todos, com a devida fiscalização do governo, mas que os rendimentos seriam distribuídos igualmente. A respeito dos pensamentos desse período, existem alguns nomes de destaque, como:

  • Augusto Comte: criador do termo “sociologia”, dizia que as sociedades deveriam ser analisadas pela razão e ciência;
  • Karl Marx: um dos criadores do O Manifesto Comunista e O Capital, principais escritos do movimento comunista;
  • Émile Durkheim: defendia a importância da sociologia como uma ciência empírica;
  • Max Weber: grande pensador da época que ajudou no desenvolvimento do socialismo.

Aqui no Brasil, durante o ano de 1850, foi quando a campanha a favor da Abolição da Escravatura e o fim da monarquia ganharam mais força (a maioria dos escritores eram declarados anti monarquia), além da Guerra do Paraguai chegando perto do seu fim, acontecendo em 1870.

O Realismo

Realismo: principais autores, obras e contexto histórico
Obra de Jean-François Millet – Harvesters Resting

O enfoque dessa escola literária é em uma linguagem mais objetiva, porém detalhista, com prioridade nas camadas menos favorecidas da sociedade, mostrando os dramas cotidianos e as condições de vida precárias como uma denúncia.

Os escritores também tentavam demonstrar as classes mais abastadas de forma crítica, principalmente a Igreja e a burguesia, destacando a relação de ambas com temas como a escravidão, os vícios e as traições. Nesse momento, a prosa ganha mais destaque do que a poesia – esta última que, no Brasil, era conhecida como Parnasianismo.

O início da escola começa em 1857, quando o francês Gustave Flaubert publica Madame Bovary, um romance que impacta a sociedade ao contar o caso adultero de Emma Bovary, personagem burguesa. No Brasil, o início é com Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, no ano de 1881 – considerado o primeiro romance brasileiro realista.

O livro ganha destaque na época ao contar a história do ponto de vista de um autor já morto, sempre de maneira sarcástica e recheada de ironia. Além desse, há outros livros que merecem destaque no âmbito mundial:

  • O crime do padre Amaro, de Eça de Queirós;
  • Crime e castigo, de Fiódor Dostoiévski;
  • Guerra e Paz, de Liv Tolstói.

Características do Realismo

Realismo: principais autores, obras e contexto histórico
Machado de Assis, o maior representante do Realismo no Brasil.

Assim como aconteceu no mundo inteiro, o Realismo, no Brasil, vem como uma resposta contrária ao Romantismo e tem como principais características:

  • Objetividade na escrita;
  • Cientificismo: valoriza as ciências sociais e exatas;
  • Somente prosa;
  • Narrativa detalhada e com muita descrição;
  • Filosofia positivista de Comte: olhar científico na análise comportamental;
  • Cenários urbanos;
  • Temas do cotidiano;
  • Darwinismo: teoria da adaptação do mais forte;
  • Empirismo: valoriza o que foi comprovado cientificamente;
  • Distanciamento dos fatos: como se o narrador da história estivesse descrevendo de “fora”;
  • Representação da realidade;
  • Determinismo: o ser humano é do jeito que é pelo meio em que foi criado.

Veja o que Eça de Queirós, um dos maiores escritores realistas portugueses, comenta a respeito do movimento:

O Realismo é uma reação contra o Romantismo: o Romantismo era a apoteose do sentimento – o Realismo é a anatomia do caráter. É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos – para condenar o que houve de mau na nossa sociedade.”

Os principais autores brasileiros representantes do Realismo são Machado de Assis, com obras como Dom Casmurro, O Alienista e Quincas Borba, Raul Pompeia, com O Ateneu, e Visconde de Taunay, com Inocência.

Jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e pós-graduanda em Negócios Digitais. Tem mais de 600 artigos publicados em sites dos mais variados nichos e quatro anos de experiência em marketing digital. Em seus trabalhos, busca usar da informação consciente como um instrumento de impacto positivo na sociedade.

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