Nero – Quem foi? Biografia e Principais feitos

Nero foi uma das figuras mais controversas da história. Esse imperador romano, que governou entre 54 e 68 d.C., é conhecido pela violência e extravagância, por mandar matar a própria mãe, o irmão e a esposa, e por, supostamente, colocar fogo em Roma.

Lúcio Domício Enobarbo nasceu em Anzio, cidade próxima a Roma, no ano 37 d.C. Filho de Cneu Domício Enobarbo, cônsul romano em 32 d.C, e de Agripina, a Jovem, Nero vem de uma árvore genealógica complexa. Sua família tinha parentesco com os imperadores Otávio Augusto, Calígula e Cláudio, este último com quem sua mãe, em 50 a.C., o adotou e nomeou como seu herdeiro. Após a adoção, passou a ser chamado de Cláudio Nero César Druso.

O império de Nero

Nero ascendeu ao poder após a morte do imperador Cláudio, em 54 d.C., com apenas dezesseis anos. Os primeiros anos de seu governo foram tranquilos, marcados por uma boa administração. O Senado gozava de liberdade e os assuntos de Estado eram tratados com a devida importância. Nero contava com o apoio da mãe e de dois mentores: o filósofo Sêneca e o prefeito do pretório (um cargo político muito importante na época), Sexto Afrânio Burro.

Em pouco tempo, Nero foi se transformando de imperador tranquilo e administrador a um tirano sanguinário. Na busca pela atenção do imperador, os atritos entre a mãe de Nero e os seus mentores começaram a incomodar, e Agripina acabou sendo expulsa do palácio imperial. Ela seria executada depois, sob o pretexto de iniciar uma conspiração para tirar o filho do poder. Antes disso, suspeita-se que Nero tenha mandado matar o meio-irmão, Britânico.

Em seguida, Nero afastou sua esposa Otávia para se relacionar com Popeia Sabina. Com a repercussão negativa do fato, trouxe-a de volta, apenas para mandar matá-la depois. Seus rivais políticos também não foram poupados, e vários foram executados. A tensão entre Nero e o Sendo era constante.

O incêndio de Roma

Em 64 d.C., um grande incêndio tomou conta da cidade de Roma. Começando na periferia da cidade, onde as construções eram, em sua grande maioria, de madeira, o fogo se alastrou pela cidade rapidamente, queimando Roma durante cinco dias.

A imagem que ficou de Nero foi justamente essa: a de um incendiário. Alguns autores, entre eles Suetônio, alegam que enquanto a cidade queimava, ele assistia a tudo cantando. Porém, segundo Tácito, outro autor antigo, Nero estava fora de Roma quando o incêndio começou, retornando imediatamente à cidade assim que soube o que estava acontecendo. De fato, incêndios eram uma coisa muito comum em Roma. O farto uso de madeira nas construções nos bairros mais pobres, e a pouco distância entre as casas, tornava a cidade um ambiente mais que propício para o fogo.

Uma coisa que levantou suspeitas sobre a participação de Nero no grande incêndio foi o fato de ele se aproveitar de grandes áreas destruídas para construir novos palácios, como a Domus Aurea. Quando o rumor da participação de Nero começou a se espalhar, o imperador tratou de achar outros culpados, e os escolhidos foram os cristãos, que passaram a ser perseguidos e mortos.

Conspirações e revoltas

Ao longo de seu governo, Nero teve que lidar com várias conspirações e revoltas, dentro e fora de Roma. Dentre elas, a Conspiração de Pisão, uma tentativa fracassada de derrubá-lo do poder, organizada pelo Senador Caio Calpúrnio Pisão, uma grande revolta na Judeia, que culminaria na Guerra Judaico-romana, e a rebelião de Caio Júlio Víndice, governador da Gália. Todos esses eventos deixaram Nero cada vez mais paranoico.

Em 68 a.C., o Senado, cansado dos desmandos do imperador, conspirou para que Galba, um famoso general romano, fosse proclamado imperador, declarando Nero como inimigo público. A Guarda Pretoriana, responsável pela segurança pessoal do imperador o abandonou, pois também estava implicada na conspiração. Nero consegue fugir de Roma, mas, sem opções, optou pelo suicídio.

Após a morte de Nero

A imagem que ficou de Nero foi a de um homem violento, paranoico e incendiário de Roma. Sua morte mergulhou o Império em um período de instabilidade, na qual vários pretendentes ao trono lutavam entre si. Em apenas um ano, Roma teve quatro imperadores: Galba, Óton, Vitélio e Vespasiano, este último que finalmente deu início a uma nova dinastia: a Dinastia Flaviana.

Bacharel em História pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

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