Canibalismo – O que é? Como funciona? Práticas no Brasil e Curiosidades

Um tanto comum na natureza, o canibalismo é uma prática que não é aceita entre os humanos. Inclusive, é encarada como crime. No entanto, há casos esporádicos que ocorrem nos dias de hoje pelo mundo, que revelam o consumo de carne humana por outros indivíduo, surpreendendo as pessoas da localidade onde ocorrem tais eventos.

Mas, o canibalismo chegou a ser algo comum no passado, tanto que índios de várias tribos encaravam como um processo normal do vencedor sobre o derrotado. Chegou a ser, até mesmo, uma tradição em muitos casos.

Neste artigo, você entenderá como surgiu e se desenvolveu o canibalismo e conhecer exemplos, dentro e fora do Brasil, só aqui no Gestão Educacional!

Canibalismo

O que é e como funciona o canibalismo?

Em linhas gerais, o canibalismo é quando um homem é capaz de comer partes da carne ou mesmo todo o corpo de outro indivíduo. Rituais satânicos costumam utilizar do canibalismo como parte de suas celebrações, quando alguém é sacrificado para algum deus, enquanto que aqueles que ingerem a carne da vítima poderiam ganhar seus poderes e sua força.

Aborígenes do mundo inteiro, da África à Nova Zelândia, tinham o costume de comer carne humana. Os índios astecas, que ficavam na região onde hoje é conhecida como México, também são bastante conhecidos nesta prática, pois tinham o costumem de matar e comer as carnes dos guerreiros de outras tribos que se tornavam seus prisioneiros.

Civilizações como os celtas e a dos índios tupinambás consideram que comer a carne do seu oponente era importante, pois faria com que o ganhador de um embate recebesse conjuntamente a habilidade, a força, a inteligência e a integridade do guerreiro derrotado. Consequentemente, isso faria com que o vencedor aumentasse ainda mais seus atributos para uma futura batalha.

Como surgiu o canibalismo?

Como prática antiga, o canibalismo só foi ser estudado pelo historiador e cronista grego Heródoto, a partir do século V a. C. Ele foi o responsável por cunhar a palavra “antropofagia”, que é a fusão dos termos “antropos”, que quer dizer “homem”, e “phagein”, que significa “comer”. Essa palavra é indicada para o ato de um homem ingerir carne humana.

O termo canibalismo surgiu por volta do século XVI, quando a esquadra que levava Cristóvão Colombo alcançou as ilhas do Caribe. Lá, os índios locais costumavam consumir carne humana em rituais religiosos. Diz a história que os indígenas se chamavam de “cariba”, que significa “bravo”, “corajoso”. No entanto, os europeus teriam entendido “caniba”, levando a cunhar a palavra “canibal”.

Um tipo de canibalismo muito comum ao longo da história e que pode ser reproduzido atualmente é o canibalismo famélico, quando as pessoas acabam comendo carne humana, devido a uma severa escassez de alimentos. Um exemplo disso ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial, em que a destruição e o cerco dos inimigos foram tão grandes que muitos não conseguiam o que comer, restando consumir o corpo de outros indivíduos.

Outro caso muito comum foi quando um avião caiu na Cordilheira dos Andes, em 1972. Os sobreviventes ficaram muitos dias isolados, até serem encontrados pelas equipes de buscas. Para saciar a fome, acabaram ingerindo partes dos corpos das vítimas que não sobreviveram ao acidente.

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Práticas no Brasil

Quando os portugueses chegaram ao Brasil, existia aqui muitas tribos de índios canibais, entre elas, destacamos os tupinambás, os potiguares, os caetés, os aimorés, os goitacás e os tamoios. Entretanto, o canibalismo não era algo puramente alimentar ou de sobrevivência, mas os colonizadores encaravam como vingança e forma de aumentar o poder.

O ritual de degustação da carne dos homens incluía um período de engorda, quando a vítima era bem alimentada e cuidada, para poder ganhar peso e gordura. Além disso, antes de morrer, a vítima recebia o privilégio de ter uma noite de amor com uma das mulheres da tribo. Depois que o indivíduo era morto, ele era dividido entre as mulheres, que ficavam com a cabeça e os órgãos internos (com os quais faziam mingau) e os homens cozinhavam o que restava.

Curiosidades

Apesar da grande maioria dos casos de canibalismo estarem ligados a situações de vida ou morte, algumas civilizações incentivavam que seus membros ingerissem partes dos corpos de parentes mortos, como uma forma de respeito a eles.

Relatos de indivíduos que praticaram canibalismo informam que a carne humana se assemelha à suína, por vezes parecendo uma vitela. Consta que ingerir a carne crua pode trazer vários problemas de saúde, sendo necessário, portanto, efetuar algum tipo de preparo.

A prática do canibalismo por índios brasileiros foi praticamente extinguida após a catequização deles por parte dos padres jesuítas. Atualmente, os índios ianomâmis costumam ingerir as cinzas do morto amigo, como forma de respeito e carinho.

Jornalista com 15 anos de experiência, é mestre em América Latina pela Universidade de São Paulo (USP) na linha de pesquisa Práticas Políticas e Relações Internacionais.

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