Marco Polo – Quem foi? Biografia, Feitos e Legado

Marco Polo foi um mercador e explorador italino do século XIII, famoso pelo registro das viagens que fez até a China. Foi um dos primeiros viajantes europeus a descrever com detalhes a sociedade chinesa da época, influenciando outros exploradores, como Cristóvão Colombo.

Quem foi Marco Polo?

Marco Polo nasceu em 1254, na República de Veneza, oriundo de uma família de navegadores e comerciantes. Seu pai foi um próspero comerciante que, juntamente com o tio, passava a maior parte do tempo em longas viagens de negócios antes mesmo do nascimento de Marco.

Os dois residiam em Constantinopla e, prevendo hostilidades aos venezianos, devido à instabilidade política da cidade, algo que se confirmou, resolveram deixar a cidade em 1260, mas só retornaram para Veneza em 1269. Foi só nesse momento que Marco Polo conheceu o pai.

Marco Polo

Em 1271, Marco Polo, o pai e seu tio Maffeo embarcaram em uma longa viagem para a Ásia, da qual retornaram 24 anos depois, em meio a uma guerra entre Veneza e Gênova. Com o dinheiro que trouxe da viagem, Marco Polo equipou um navio para participar da guerra, sendo capturado pelos genoveses, provavelmente, em 1296. Na prisão, conheceu um homem chamado Rusticiano de Pisa, para quem relatou em detalhes a fantástica viagem que havia feito ao Oriente.

Marco Polo foi libertado em 1299, voltando aos negócios e terminando a vida como um comerciante rico. Casou-se com Domenica Badoe, em 1300, e faleceu, em data incerta, no ano de 1324.

As viagens de Marco Polo

Rusticiano transcreveu os relatos ditados por Marco Polo em um manuscrito, no qual detalha a incrível viagem do veneziano para terras até então desconhecidas para a maioria dos europeus. Esses manuscritos logo se popularizaram, passando a serem conhecidos como Il Millione, ou, como é mais conhecido nos dias de hoje, As viagens de Marco Polo.

O texto começa com o pai e o tio de Polo fazendo uma viagem ao Oriente, onde acabam conhecendo Kublai Khan, imperador mongol e neto de Ghengis Khan. Kublai demonstrou muito interesse em conversar com os dois europeus, entregando-lhes uma carta para que fosse levada ao papa, além de outros pedidos. Segundo o livro, foi por causa dessa viagem do pai que Polo só o conheceu quando tinha 15 anos.

Por volta de 1275, os Polos, já com a presença de Marco, retornam para China, deixando Kublai Khan muito impressionado, pois cumpriram tudo o que havia sido pedido. Marco Polo falava quatro idiomas, sendo requisitado para um cargo dentro do governo.

Marco, seu pai e seu tio só receberam permissão para deixar a China em 1292, com a missão de acompanhar a comitiva que levaria a futura esposa do sobrinho neto de Kublai Khan até a Pérsia. De lá, voltaram para Veneza.

As polêmicas

Não há dúvidas a respeito da viagem de Marco Polo, mas existem muitas polêmicas acerca do conteúdo do livro. Muitos historiadores têm se dedicado a investigar as lacunas do texto e a historicidade de alguns pontos da narrativa.

Entre os problemas apontados estão o fato de que o autor Rusticiano de Pisa possa ter adicionado diversos elementos à história, a fim de que o livro se tornas mais atraente.Marco Polo

Rusticiano era um escritor, com obras já publicadas anteriormente, e das quais teria copiado vários trechos para incluir na narrativa das viagens.

Omissões, erros e exageros

Outro ponto apontado pelos especialistas são as omissões do texto. Apesar de passar vários anos na China, Marco Polo não faz menção a vários itens que são característicos do país, como a Grande Muralha, os pés de Lotus (prática chinesa de amarrar os pés das jovens para modificar seu formato) e os caracteres chineses. Por isso, muitos levantaram dúvidas sobre a autenticidade da viagem, ou se o próprio relato de Marco para Rusticiano já não estava falseado.

Outro ponto a ser levantado são os possíveis exageros dos relatos. No livro, conta-se que Marco Polo era muito próximo do imperador, e que teria governado a cidade de Yangzhou por três anos, mas não há nenhuma evidência disso.

Além de fator, a obra contém muitos erros. Por exemplo, Marco cita a Batalha de Xiangyang, a qual teria fornecido um tipo de catapulta para uso das tropas mongóis, mas essa batalha, de fato, ocorreu anos antes de sua chegada à China.

Legado

Independente das polêmicas, o fato é que a obra se tornou extremamente popular, influenciando toda uma geração de novos exploradores. Cristóvão Colombo tinha uma cópia do livro, e os relatos de Marco ajudaram os cartógrafos da época a desenhar vários mapas, como o Mapa Mundi de Fra Mauro.

Bacharel em História pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

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