Parênquima – O que é? Características, Classificação e Exercícios

Os vegetais possuem diversas características que os diferenciam dos animais. Em sua estrutura, há certos tecidos especializados em funções necessárias para a sobrevivência dos vegetais ao ambiente. Dentre estas, estão as células parenquimáticas. Alguns pesquisadores acreditam que elas compõem o tecido mais primitivo dos vegetais, pois também ocorrem em algas, como as Charopyceae, as quais surgiram pela primeira vez.

Alguns fósseis de plantas terrestres primitivas também apresentam este tecido, que foi sofrendo modificações ao longo do curso da evolução e hoje são responsáveis por diferentes funções nos vegetais.

O que é parênquima?

O parênquima vegetal é um tecido fundamental, ou seja, é o tecido de preenchimento, encontrado em várias partes internas dos órgãos. Sua origem pode ocorrer a partir do meristema fundamental, no caule ou na raiz, do meristema marginal das folhas, ou no câmbio vascular e felogênio.

Características do parênquima

Em geral, as células do tecido parenquimático apresentam paredes delgadas, vacúolos grandes e substâncias de reserva, que podem ser a celulose, a hemicelulose e as substâncias pécticas.

Estas células podem ocorrer isoladamente ou em grupos. Na parede celular, há campos primários de pontoação que contêm plasmosdesmas, por onde o protoplasma se comunica entre as células. No entanto, algumas plantas possuem células parenquimáticas espessas, como em algumas sementes, como no caqui (Diospyros virginiana) e no café (Coffea arabica).

Nesses casos, o tecido de reserva é composto de hemicelulose, utilizada pelo embrião para a germinação. Entre as células, há a presença de espaços intracelulares irregulares.

Quando estimuladas, as células parenquimáticas podem voltar a apresentar funções meristemáticas, como a cicatrização de lesões, a regeneração e o desenvolvimento de raízes e caules adventícios.

Classificação

O parênquima é classificado em função do conteúdo celular e de sua posição na estrutura vegetal:

  • Cortical: presente no córtex de caules e raízes;
  • Medular: presente na medula de caules e raízes;
  • Fundamental (ou de preenchimento): encontrado no córtex e na medula do caule e no córtex da raiz;
  • Clorofiliano: encontrado nos órgãos aéreos dos vegetais, em especial nas folhas. Este tecido é dividido em parênquima clorofiliano paliçádico e parênquima clorofiliano lacunoso;
  • Reserva: parênquimas de reserva se encontram no córtex e na medula de órgãos tuberosos e no endosperma das sementes. Eles contêm diferentes substâncias ergásticas, como amido, proteínas, óleos e outros;
  • Aquífero: são os tecidos que acumulam água, presente principalmente em plantas suculentas que habitam regiões áridas, como cactos e bromélias;
  • Aerênquima: a função deste parênquima é promover a aeração em plantas aquáticas, permitindo também sua flutuação. Este tecido parenquimático é encontrado em angiospermas que habitam o ambiente aquático ou em terras encharcadas. O tecido contém grandes espaços intercelulares;
  • Lenhoso: este tipo de parênquima apresenta parede celular secundária com lignina, formando o parênquima lenhoso. Sua função é adicionar proteção à planta, ocorrendo no caule e na raiz;
  • Células de transferência: são células parenquimáticas especializadas na transferência de inúmeras substâncias entre os órgãos da planta. Elas apresentam modificações na parede secundária, com muitas invaginações. Ocorrem com maior frequência juntamente de tecidos vasculares, xilema e floema, e estruturas secretoras.

Bacharel e Licenciada em Ciências Biológicas pela USP (2016 e 2018), tem 25 anos e é apaixonada pela natureza e por explorar o mundo. Quando não está se aventurando por aí, gosta de aquietar as pernas com livros e séries.

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