O que é o antissemitismo? Veja aqui!

O antissemitismo corresponde ao ódio e preconceito contra o povo judeu e toda a sua cultura. Do ponto de vista etimológico, a palavra antissemitismo quer dizer “aversão aos semitas” que, conforme consta na Bíblia, são os descendentes de Sem, que é o filho mais velho de Noé.

O problema é que essa denominação engloba não apenas os judeus, mas também árabes, hebreus, arameus, fenícios e assírios. No entanto, todos os esses povos acabaram ficando de fora do significado que o termo “antissemitismo” representa mais recentemente, que é única e exclusivamente o ódio declarado contra a população judaica.

O conceito de antissemitismo como conhecemos hoje surgiu na Alemanha, no século XIX, mais ou menos entre 1879 e 1880, quando o alemão Wilhem Mharr (1819-1904), jornalista e fundador da liga antissemita, lançou um livro que defendia uma classificação mais científica para o termo “Judenhass”, que significa “ódio aos judeus”, em alemão.

Antissemitismo é mais antigo do que se pensa

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Apesar do período do nazismo alemão ter sido o mais cruel contra os judeus, esse povo já era perseguido desde o Império Romano. A história diz que o ódio aos judeus surgiu com mais intensidade durante o período da Antiguidade, isso porque os cristãos não aceitavam o fato de o judaísmo sustentar que Jesus era nada além de um profeta e que os responsáveis pela morte do Messias seriam os hebreus. Esse processo se deu com mais intensidade após o reino judaico ter sido absorvido por Roma.

Um exemplo dessa perseguição contra os judeus pelos romanos pode ser visto no ano 19, quando o imperador Tibério expulsou de Roma todos os judeus que estavam estabelecidos na capital do império. Conta-se que Tibério acabou com todas as religiões estrangeiras e distribuiu os jovens para todas as províncias mais perigosas e com menores recursos, sob a desculpa de que eles fossem servir ao exército. Quem se recusasse a deixar a cidade corria o risco de ter como pena escravidão vitalícia.

Na época conhecida como Idade Média, mais precisamente entre os séculos XI e XIV, os judeus foram perseguidos no período das Cruzadas. Nessa época, tropas ocidentais foram enviadas à Palestina para recuperar o acesso dos cristãos à Jerusalém das mãos dos turcos, tendo em vista que o berço da religião católica está nesse local.

No final do século XIII, os judeus foram expulsos da Inglaterra e, próximo ao encerramento do século XV, muitos deles foram banidos e convertidos ao cristianismo na Espanha e em Portugal.

O Holocausto e a morte de milhões de judeus

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Mas, o período de maior perseguição e massacre aos judeus da história foi durante a Segunda Guerra Mundial, quando o Holocausto promovido pela Alemanha nazista matou milhões de judeus.

Em meio à crise econômica que assolou o mundo a partir do crash da Bolsa de Valores de Nova Iorque, Adolf Hitler e seus adeptos passaram a divulgar teses sem embasamento de que a crise alemã grassava o país por culpa dos judeus, que passaram a ser gradativamente perseguidos, primeiramente na Alemanha e, posteriormente, em outros países da Europa.

Com a declaração da Segunda Guerra Mundial, o antissemitismo evoluiu drasticamente e culminou em violências e abusos diversos contra os judeus, que eram presos nos campos de concentração, onde muitos eram torturados, expostos a trabalhos forçados e assassinados.

No total, mais de 6 milhões de judeus foram mortos, no evento que ficou conhecido na história como Holocausto. Após o término da guerra e com um acordo entre vários países nas Nações Unidas, foi criado, em 1948, o Estado de Israel, país onde os judeus finalmente obtiveram um local para morar.

O problema é que boa parte do novo estado foi construído onde já havia a Palestina, o que proporcionou o acirramento de outro conflito, já que, enquanto os judeus passaram a ter um território para chamar de país, os palestinos perderam a sua identidade nacional e foram obrigados a ficar em áreas específicas e sem acesso, como a Faixa de Gaza.

Nesse sentido, o ódio contra os judeus baseia-se na relutância de vários grupos políticos em reconhecer a necessidade de formação de um Estado Palestino, como está no acordo pós-guerra. Além disso, o próprio Estado de Israel tenta evitar que a Palestina volte a configurar-se como um país novamente. Diante disso, os conflitos entre palestinos e judeus prosseguem no Oriente Médio, sem possibilidades de resolução.

Jornalista com 15 anos de experiência, é mestre em América Latina pela Universidade de São Paulo (USP) na linha de pesquisa Práticas Políticas e Relações Internacionais.

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