Bandeirantes na história do Brasil – Resumo sobre a exploração de minérios e índios

Os bandeirantes são homens que contribuíram assiduamente para o desenvolvimento do sudeste brasileiro. Eles eram andarilhos que viviam, sobretudo, na região de São Paulo, usando, muitas vezes, da truculência e selvageria para enriquecer com o comércio de escravos e a exploração de minérios, durante o século XVI ao XVII.

Tudo começou quando a coroa portuguesa – depois de perder espaço no mercado do açúcar – percebeu que precisava investir em outras atividades comerciais no Brasil. Com esse propósito, o governo português organizou expedições oficiais, chamadas de “Entradas”, para explorar o território a procura de metais preciosos, índios e outros potenciais econômicos.

Alguns homens que já viviam no Brasil souberam do comunicado e resolveram fazer expedições particulares na base de violência, a fim de enriquecer individualmente por meio da mão de obra indígena e exploração de minerais preciosos. Assim, formaram-se as “Bandeiras”.

bandeirantes

A influência dos bandeirantes no desenvolvimento brasileiro

Em suas andanças, sobretudo a pé, os bandeirantes desbravaram o sertão brasileiro, ampliando o território para as áreas do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerias. Não é à toa que muitas das rodovias do sudeste do país levam o nome de bandeirantes: como a Anhanguera, Raposo Tavares, Fernão Dias e tantas outras.

Até então, as terras do sudeste só tinham sido exploradas pela Igreja Católica, por meio das Missões Jesuítas – a qual propunha a evangelização dos índios. Já no caso dos bandeirantes, eles bateram de frente com o clérigo, mataram grandes populações indígenas e escravizaram 3506.720 índios para servir aos fazendeiros, sobretudo na baixada Santista e nas lavouras nordestinas, tendo muitas invasões territoriais sido conhecidas, como o caso do Quilombo dos Palmares.

Conforme demonstra o historiador John Monteiro, foi a mão de obra indígena que possibilitou o desenvolvimento de novos gêneros agrícolas e o escoamento da produção canavieira. Para entender um pouquinho mais sobre como esse grupo contribuiu para o fortalecimento de São Paulo, confira a explicação de Eduardo Bueno, no vídeo, abaixo:

Como eram os bandeirantes?

Os historiadores demoraram para revelar o verdadeiro rosto dos bandeirantes. Até 1838 haviam manuais de como contar a história do Brasil, que desconsideravam a presença dos bandeirantes e dos negros. Foi somente em 1920, na época do enriquecimento de São Paulo com as lavouras de café, que estudiosos se indagaram o que, afinal, teria feito aquela região tornar-se um pólo econômico.

A verdade é que os bandeirantes eram sujeitos que lembravam muito a “selvageria indígena”. Eles andavam a maior parte do tempo a pé, aprendendo a sobreviver na selva alimentando-se de mel, frutas e palmito, sendo que a grande maioria só falava o idioma tupi – tanto é que para conseguirem fechar negócios, muitos precisavam de intérpretes.

Nomes de bandeirantes

raposo tavares bandeirante
Raposo tavares

Nove bandeirantes tornaram-se conhecidos por conta de seus perfis de lideranças. Muitos deles inspiraram nomes de parques, estradas e estabelecimentos no sudeste brasileiro. São:

  • Fernando Dias Pais;
  • Manual Borba Gato;
  • Bartolomeu Bueno da Silva (Anhanguera);
  • Nicolau Barreto;
  • Antônio Raposo Tavares;
  • Manuel Preto;
  • Jerônimo Leitão;
  • Francisco Bueno;

Apesar dos livros portugueses da época transformarem as expedições das Entradas e dos Bandeiras como atividades heroicas, logo se vê que esse grupo nada tinha de heroico. Ao contrário disso, sua ação teve muito mais a ver com o restante da história do Brasil colônia: uma narrativa de exploração e genocídio.

Porque uma definição tão sangrenta? Bom… você entenderá no texto sobre escravidão no Brasil.

Jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e pós-graduanda em Negócios Digitais. Tem mais de 600 artigos publicados em sites dos mais variados nichos e quatro anos de experiência em marketing digital. Em seus trabalhos, busca usar da informação consciente como um instrumento de impacto positivo na sociedade.

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