Bicho geográfico – Características físicas, Comportamento, Habitat, Alimentação e Reprodução

O bicho geográfico, ou dermatite serpiginosa e dermatite pruriginosa, é uma doença causada por algumas espécies de parasitas, como Ancylostoma caninum Ancystoloma brasiliensis. Esses parasitas são mais comumente encontrados nas regiões tropicais e subtropicais.

Essa doença pode ser de dois tipos: a Larva migrans cutânea e a Larva migrans intestinal. A primeira afeta a pele dos humanos e é transmitida por parasitas que habitam o intestino de animais domésticos. Ela é classificada como dermatozoonose e afeta tanto crianças quanto adultos.

Características físicas

Os parasitas que causam a doença do bicho geográfico possuem formato larval.

Habitat

Esses vermes podem sobreviver em áreas de gramados, tanques de areia, locais com acumulo de material de construção e outros resíduos. Parte do seu ciclo de vida ocorre dentro de mamíferos, como animais domésticos e humanos.

Comportamento

O hospedeiro natural desses vermes são cães e gatos. Quando entram em contato com seres humanos, os ovos eclodem e liberam as larvas, que se dirigem para a corrente sanguínea. Assim, atingem outros órgãos e causam uma doença chamada de granulomatose larval.

Alimentação

No solo, essas larvas se alimentam de bactérias. Quando vivem dentro do intestino de mamíferos, retiram os nutrientes do hospedeiro.

Reprodução

Ciclo de vida

Cães e gatos se contaminam com esses parasitas intestinais quando ingerem água ou alimento contaminado, ou por meio do contato com fezes de outros animais infectados.

Assim, os pets são os hospedeiros primários desses parasitas. O intestino deles possui um ambiente favorável à reprodução dessas larvas, que se reproduzem e liberam os ovos na corrente sanguínea do hospedeiro. Esses ovos são então liberados juntos com as fezes.

Se o ambiente externo possuir condições favoráveis de calor e umidade, os ovos eclodem e as larvas são liberadas no solo e completam seu desenvolvimento até estarem prontas para infectar seres humanos.

Transmissão

A transmissão entre animais domésticos, como cães e gatos, pode ocorrer via oral, cutânea, ou pela placenta, sendo transmitida da mãe para o filhote.

Já em humanos, a transmissão ocorre pelo contato direto da pele com o solo que possui fezes de animais infectados. Essas larvas entram na pele por ferimentos já existentes ou perfurando o tecido.

Quando no tecido subcutâneo, esses seres constroem túneis que formam na pele a aparência de um mapa, por isso o nome de bicho geográfico. Felizmente, as marcas podem sair naturalmente da pele entre 4 a 8 semanas após a infecção. A contaminação de humano para humano não existe.

Sintomas da doença

O primeiro sintoma da doença é o surgimento de um ponto vermelho no local por onde a larva entrou. Durantes as semanas seguintes, podem surgir coceira intensa que se intensifica durante a noite, linhas na pele, inchaço no local da picada, formação de pápulas erimatosas e sensação de algo se movendo embaixo da pele. Além disso, as larvas liberam toxinas no corpo, que podem causar alergia, tosse e falta de ar.

Diagnóstico

O diagnóstico dessa doença é baseado nos sinais que as larvas produzem e no histórico de sintomas do paciente. Surtos de bicho geográfico na região também são levados em consideração.

Tratamento

Em alguns casos raros, a Larva migrans cutânea não exige tratamento específico, pois, como mencionado previamente, ela desaparece do organismo de maneira espontânea.

Para os casos no quais ele não desaparece, a aplicação de gelo é uma maneira de aliviar a coceira e diminuir a ferida. Pode ser usado, também, gelo seco e cloreto de etila para matar a larva.

Quando as lesões dermatológicas são extensas e apresentam sinais de infecção, é necessário a medicação com antibióticos e anti-inflamatórios. Para os casos de infecção intestinal, medicamentos anti-helminticos e antiparasitários podem ser indicados, principalmente os comprimidos ou as pomadas.

Prevenção

A melhor maneira de evitar a contaminação pelo bicho geográfico é a prevenção. Confira algumas medidas simples que podem ser tomadas:

  • Não ande descalço se não conhecer a higiene do local;
  • Quando for se deitar ao sol em áreas abertas ou locais públicos, cubra a superfície com uma toalha ou esteira;
  • Sempre leve os animais domésticos ao veterinário regularmente para evitar a contaminação por vermes;
  • Não leve seu animal de estimação para a praia, pois ele pode deixar fezes contaminadas no local ou se contaminar pelo contato com a área infectada;
  • Não deixe que animais tenham acesso à areia onde as crianças brincam;
  • Depois de andar em locais abertos, lave os pés com água fria;
  • Sempre recolha as fezes dos animais domésticos imediatamente após a defecação;
  • Sempre lave as mãos antes e depois das refeições.

Bacharel e Licenciada em Ciências Biológicas pela USP (2016 e 2018), tem 25 anos e é apaixonada pela natureza e por explorar o mundo. Quando não está se aventurando por aí, gosta de aquietar as pernas com livros e séries.

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