Bullying na escola – O que é? Exemplos, Consequências e Como Combater

O bullying é um sério problema que tem atingido cada vez mais crianças e jovens e provocado inúmeros transtornos psicológicos, afetando o desenvolvimento delas. Embora seja um conceito que tenha se tornado conhecido há não muito tempo, a prática do bulying já é antiga, especialmente na escola, palco de maior interação entre os indivíduos na infância e adolescência.

É no ambiente escolar que os pequenos e os adolescentes desenvolvem diversas faculdades e é lá também que eles podem socializar, conhecer e conviver com o diferente, aprendendo que esse relacionamento é fundamental para o seu futuro. Só que esse local também pode trazer vários problemas aos alunos, em especial devido ao bullying, esse tipo de comportamento nocivo de muitos indivíduos que pode causar sérias marcas nas pessoas. Nesse texto abordaremos o que é o bullying, suas perturbadoras consequências, alguns exemplos e também mostraremos como é possível combatê-lo.

Bullying

O que é o bullying na escola?

De origem inglesa, a palavra bullying significa ameaçar, agredir ou intimidar um outro indivíduo. Se enquadram no bulying a agressão física, verbal, material, sexual, virtual e psicológica, de forma intencional e recorrente.

As agressões podem ser físicas e diretas, quando uma pessoa ou um grupo volta-se contra um sujeito por meio de socos, pontapés, cusparadas, tapas, empurrões; agressões verbais diretas como insultos, xingamentos e constrangimento público, o que inclui comentários racistas, ofensivos e humilhantes; e agressão indireta, que envolve o isolamento e a exclusão social de uma pessoa dentro de um grupo, dificultando a relação desta com os demais integrantes por meio de boatos, ameaças ou simplesmente ignorando a vítima.

No artigo Bullying escolar: um fenômeno multifacetado, Marcela Almeida Zequinão, Pâmella de Medeiros, Beatriz Pereira e Fernando Luzi Cardoso lembram que, para ser considerado bullying, a agressão deve ocorrer entre pares, ou seja, entre conhecidos.

Além disso, em que pese o fenômeno ser caracterizado como uma agressão, vale destacar que nem toda a agressão é indicada como bullying. Isso porque, eles explicam, para que seja classificada como bullying, a agressão deve ter quatro características:

  • Intenção do autor em ferir a vítima;
  • Repetição da agressão;
  • Pessoas ao redor acompanhando;
  • Concordância da vítima em relação à ofensa.

“O fenômeno bullying se diferencia de outras agressões pela persistência e intencionalidade, além de possuir três aspectos marcantes no que diz respeito a sua caracterização: o ato agressivo não resulta de uma provocação; não é ocasional; e é relevante a desigualdade de poder entre alunos agressores e vítimas”, atestam os autores.

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Exemplos de bullying

Além dos exemplos clássicos de bullying citados acima, há uma série de outros que podem ser enquadrados como tal. Vejamos:

  • Agredir a vítima – verbal ou fisicamente – sem motivo;
  • Espalhar histórias que prejudicam a imagem da pessoa;
  • Fazer com que a vítima passe vergonha em um ambiente com vários outros indivíduos;
  • Colocar a vítima em situação constrangedora, ou ainda que envolva riscos à sua vida;
  • Vandalizar a propriedade material da vítima, como material escolar, mochila, roupa, entre outros;
  • Obrigar alguém a seguir suas ordens, usando artifícios como ameaças e chantagens;
  • Isolar a vítima a tal ponto que proíba os demais a se relacionarem com ela, ignorando-a e deixando-a excluída do convívio social;
  • Fingir se passar por amigo da vítima para alguma pessoa de fora do convívio social enquanto controla a situação (por exemplo: quando um professor vai averiguar o caso e o agressor usa de sarcasmo e ainda se diz amigo do estudante).
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Consequências

O bullying na escola pode ser tão nocivo que traz riscos de afetar não apenas a vítima como toda a dinâmica da escola. A pessoa que sofreu o bullying poderá desenvolver muitos problemas psicológicos, como transtornos de ansiedade, síndrome do pânico, fobia social, depressão, entre outros. Em casos mais graves, pode levar a criança ou o jovem até mesmo ao suicídio.

A vítima poderá ainda ter maior limitação de aprendizado e também de se relacionar com os demais indivíduos, prejudicando o desenvolvimento de sua identidade e personalidade. Ou seja, quem sofre dessa violência poderá ter um desempenho escolar inferior aos demais, demonstrando maior dificuldade de concentração e, consequentemente, de aprendizagem, podendo gerar, em última instância, uma evasão escolar.

Como combater?

Diante do quadro, há a necessidade de se encarar o problema de frente e atuar para minimizá-lo. Em 2015, foi criada a Lei Antibullying (13.185/15), que gerou o Programa de Combate à Intimidação Sistemática. A lei orienta a que se desenvolvam formas de prevenção à prática, por meio de palestras, diálogos com familiares, promoção de campanhas e fortalecimento da cidadania.

Ações de conscientização que acabem com preconceitos, incentivem a cooperação e a conversa e promovam a paz podem e devem ser um caminho a ser tomado por escolas, clubes e agremiações recreativas, que compõem basicamente o universo da infância e da adolescência.

É importante esse trabalho de conscientização, pois muitos alunos não sabem da gravidade do bullying e de suas consequências. Com isso, eles poderão entender melhor e saber lidar com o fenômeno, além de conseguirem respeitar mais as diferenças e se comunicarem mais claramente.

Especialistas em educação apontam a necessidade de se capacitar professores e toda a equipe pedagógica para que estes profissionais consigam identificar e lidar com o problema. Isso faz com que as vítimas da violência tenham o devido suporte e consigam superar o ocorrido, enquanto que o agressor é punido, tendo a percepção de que seus atos têm consequência também para ele.

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Conclusão

Um problema antigo que ganhou maior atenção nos últimos anos, o bullying se tornou algo grave e crônico, que deve ser combatido por todos, começando na escola, o cenário ideal para esse tipo de fenômeno se desenvolver.

Como vimos, com capacitação, campanhas de prevenção e muito diálogo pode ser possível amenizar a ocorrência desse tipo de situação, produzindo um ambiente escolar mais harmonioso e empático, tão importante para o desenvolvimento de crianças e jovens.

Jornalista com 15 anos de experiência, é mestre em América Latina pela Universidade de São Paulo (USP) na linha de pesquisa Práticas Políticas e Relações Internacionais.

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