Desinências – O que são? Quais os tipos? Exemplos e Exercícios

O estudo das desinências nos permite compreender melhor como funcionam as palavras e como elas são estruturadas.

Você sabe o que são desinências? Sabe diferenciá-las das vogais temáticas? Sabe definir o que é um morfema zero? Neste artigo completo sobre as desinências, nós, do Gestão Educacional, responderemos essas e outras questões! Confira!

Desinências

O que são desinências?

As desinências, também chamadas “morfemas flexionais”, são uma classe de morfemas responsáveis por indicar:

1) O gênero e o número nos substantivos, adjetivos e em alguns pronomes;

2) O modo-tempo e o número-pessoa dos verbos.

Para indicar gênero, número e pessoa, as desinências juntam-se ao radical ou a outros morfemas da palavra. Observe os exemplos abaixo para compreender melhor:

  • Garotas;
  • Jogavam.

Em 1), temos as seguintes desinências:

  • a indicando o gênero, nesse caso feminino;
  • s indicando o número, nesse caso plural.

Em 2), temos as seguintes desinências:

  • va indicando o modo-tempo, nesse caso o pretérito imperfeito do indicativo;
  • m indicando o número-pessoa, nesse caso a terceira pessoa do plural.

Quais são os tipos de desinências?

Como vimos, há desinências específicas para os substantivos, adjetivos e pronomes, e outras específicas para os verbos. As primeiras são chamadas desinências nominais, enquanto as segundas são chamadas desinências verbais.

As desinências nominais, que servem para indicar gênero e número, são as seguintes:

Desinências

Exemplos:

  • gat-o/gat-a;
  • gato-ø/gato-s.

Observe que o singular da palavra possui um morfema, a chamada desinência zero (ou morfema zero), responsável por indicar o singular. Ele não é pronunciado e nem aparece na escrita, mas morfologicamente ele é existente. Trata-se, a grosso modo, de um “vazio com significado”.

Já as desinências verbais, que servem para indicar modo-tempo e número-pessoa, são as seguintes:

Desinências Desinências Desinências

As desinências entre parênteses indicam possíveis variações da desinência em questão.

Confira alguns exemplos:

1) Em “nós caímos”, o verbo possui a seguinte desinência:

  • mos, responsável por indicar a 1ª pessoa do plural do presente do indicativo.

2) Em “se ele caísse”, o verbo possui a seguinte desinência:

  • sse, indicando a terceira pessoa do pretérito imperfeito do subjuntivo.

3) Em “eu caí”, o verbo possui as seguintes desinências:

  • i, indicando primeira pessoa do singular;
  • Ø, indicando pretérito perfeito do indicativo.

Toda palavra tem desinência?

Essa é uma dúvida bastante comum: toda palavra tem desinência? A resposta é não.

Alguns substantivos, como “mesa”, não permitem flexão de gênero. Não existe, por exemplo, o substantivo “meso”. Mas ele pode aceitar a desinência de número, existindo “mesas”. O -a, nesse caso, não é uma desinência.

outros substantivos não aceitam a desinência de número. É o caso, por exemplo, do substantivo “ônibus”, que pode ser usado para indicar tanto apenas um ônibus quanto mais de um (“os ônibus”). O -s, nesse caso, não é uma desinência.

Desinência e vogal temática são a mesma coisa?

A resposta também é não. Como vimos, as desinências servem para indicar, nos substantivos, o gênero e o número, e, nos verbos, o modo-tempo e o número-pessoa.

as vogais temáticas são outros tipos de morfemas. Elas se juntam a determinados substantivos para permitir o acréscimo da desinência de número. Peguemos o exemplo usado anteriormente: mesa.

Como nós vimos, mesa não possui desinência de gênero, uma vez que não se flexiona, dessa forma não existindo “meso”. A vogal -a-, nesse caso, é uma vogal temática. Ela permite o acréscimo da desinência -s para indicar plural, como em “mesas”.

Já nos verbos, as vogais temáticas servem para indicar a qual conjugação o verbo pertence: verbos terminados em -ar pertencem à primeira conjugação (jogar, andar, doar), os terminados em -er à segunda (comer, tecer, fazer), e os terminados em -ir à terceira conjugação (sorrir, medir, invadir).

Para saber mais a respeito das vogais temáticas, confira nosso artigo sobre elas, clicando aqui!

Formado em Letras Português/Inglês pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), com foco em Teoria da Literatura, Literatura Brasileira, Poesia e Tradução, é editor da WebGo Content e tem experiência com revisão, redação para web e gerenciamento de pessoas.

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