Ecolocalização humana existe? Veja o que diz a ciência!

A ecolocalização é a capacidade de usar o som para “ver”. É um sentido surpreendente e que os humanos podem aprender. Mas será que a ecolocalização humana é real? Esta habilidade existe nos humanos? Alguns animais utilizam muito essa técnica.

O que é ecolocalização?

A ecolocalização é a capacidade de usar o som para navegar, ou seja, para se direcionar. É frequentemente utilizada por animais como morcegos, golfinhos e baleias. Você pode ter ouvido muito sobre a ecolocalização nas notícias, mas é importante notar que ela também pode se referir ao uso de ondas sonoras para determinar distâncias e outros dados sobre objetos em seu entorno – não apenas o próprio corpo. Este tipo de informação permite que você tenha uma ideia melhor de quão longe algo está, sem precisar enxergar ou tocar.

A ecolocalização humana é apenas um mito?

Quando você ouve a palavra ecolocalização, o que lhe vem imediatamente à mente? A maioria das pessoas pensam em morcegos, por exemplo, que usam uma forma de sonar ativo para encontrar seu caminho no escuro. Mas, na verdade, os humanos também podem usá-la. No entanto, nós simplesmente não a usamos com muita frequência ou de forma eficaz. É fascinante a quantidade de informação que se pode obter ouvindo atentamente o que está ao seu redor.

Para entender como isto funciona, imagine que você esteja no fundo de uma piscina vazia. Você pode ouvir as pessoas falando e salpicando na distância – mas elas soam fracas e distantes porque não há água dentro da piscina para refletir seus sons de volta para você como se fossem um lago ou rio comum.

Como uma pessoa pode aprender a ecolocalização?

Em geral, as pessoas que conseguiram aprender a ecolocalização humana tendem a fazê-la através de treinamento e prática. Para começar, é necessário um bom entendimento do básico: como funciona a localização em animais (e humanos). Uma vez que você esteja familiarizado com esse conceito, você pode começar a pensar em como usar os sons de seu próprio corpo como sinais para determinar onde os objetos estão ao seu redor (ou de que direção eles podem estar vindo).

Há muitos deficientes visuais que usam o som para “ver” seu entorno. Uma dessas pessoas é Daniel Kish, um ativista americano que não enxerga devido a um retinoblastoma (um câncer na retina). Por ser cego, ele usa o som para viver a vida mais plenamente possível (caminhar, andar de bicicleta, etc)

Daniel Kish tem 52 anos, é cego desde a infância e tem usado a ecolocalização, ou sonar, nos últimos trinta anos. Seu dom lhe permite ouvir o mundo ao seu redor, de formas que as pessoas não podem experimentar. Kish viaja, usa o som e as vibrações para pintar um quadro auditivo de seu ambiente e para saber onde tudo está ao seu redor: paredes, portas e escadas são facilmente identificáveis por seus sons únicos.

Veículos passando pelas ruas criam ruídos distintos dependendo se são caminhões ou carros, enquanto motocicletas produzem frequências mais altas do que ambos os veículos, tornando-os fáceis de identificar. Até mesmo tipos diferentes de animais fazem sons distintos quando caminham através de pisos de madeira ou superfícies metálicas como grelhas acima de esgotos.

A ecolocalização e os animais

Muitos animais usam ondas sonoras para perceber seus ambientes. Algumas espécies dependem exclusivamente deste método, enquanto outras o utilizam além de outros sentidos como a visão e o olfato. De fato, os cientistas acreditam que todas as espécies com orelhas têm alguma forma de capacidade de ecolocalização em algum nível. Como tal, ele não é encontrado apenas em mamíferos, mas também em aves (incluindo galinhas), répteis (como cobras), anfíbios (como sapos) e insetos como abelhas ou mosquitos.

No caso dos morcegos e dos golfinhos (que são dois dos mais famosos usuários desta técnica), a ecolocalização possibilita que encontrem alimentos na escuridão total ou em condições climáticas adversas, emitindo sons de alta frequência que ressaltam os sons dos objetos como ecos. Uma tecnologia similar foi desenvolvida por humanos para uso debaixo d’água, bem como no subsolo durante a exploração de cavernas.

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Jornalista formada pela Universidade Veiga de Almeida, Pós-graduanda em Gestão da Comunicação Digital e Mídias Sociais (pela IBMR) e Bióloga graduada pela Unigranrio. Interessada em tudo que envolve a escrita e os meios digitais.

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