Taylorismo – O que é? Como surgiu? Quem inventou? Quais os princípios?

Desenvolvido no final do século XIX e início do século XX, o Taylorismo é um conceito importante no âmbito do trabalho, já que revolucionou as formas de organização da produção das indústrias, trazendo mudanças significativas não só na maneira de produzir, mas também gerando a otimização da produção e do lucro.

Neste artigo, vamos conhecer mais a fundo as origens que levaram ao surgimento do Taylorismo, o personagem responsável pelo seu surgimento e todas as modificações proporcionadas por essa ideia que influenciou muito o mundo do trabalho.

O que é e como surgiu o Taylorismo?

O Taylorismo também é conhecido como Administração Científica e surgiu graças ao estadunidense Frederick Winslow Taylor (1856 – 1915), que deu nome à teoria. Seu desenvolvimento se deu em meio a um intenso processo de transformação provocado pela segunda Revolução Industrial, ocorrida entre os anos de 1850 e 1870 e o término da Segunda Guerra Mundial, em 1945.

Nessa época, a industrialização se expandiu pela Europa, novas máquinas foram criadas e novos meios de produção se estabeleceram. Para se ter uma ideia, nesse período, o aço substituiu o ferro, e o vapor e o carvão deram lugar à energia elétrica e ao petróleo. O avanço tecnológico dessa etapa permitiu a produção em massa e a automatização do trabalho, além do aparecimento das indústrias química e elétrica.

Engenheiro mecânico, Taylor trabalhou em várias empresas relevantes do período, onde reuniu diversas vivências e experiências para, posteriormente, desenvolver sua tese que visava melhorar a produção industrial. Ele escreveu cinco livros que contribuíram fortemente com o pensamento administrativo e o fizeram ser conhecido como o pai da Administração Científica. Entre as suas obras, destacam-se: Princípios da Administração Científica e Gerência de Fábricas.

Segundo os escritos de Taylor, o funcionário deveria focar única e exclusivamente em sua tarefa, devendo fazê-la no menor tempo possível. Além disso, o profissional não precisaria mais conhecer a maneira como se chegava ao resultado final, bastando entender que a sua parte era fundamental para o êxito do todo.

Entre outras características do Taylorismo temos o planejamento, que substitui métodos empíricos por científicos já testados; o preparo, que seleciona trabalhadores por meio do treinamento; o controle, a partir de uma supervisão constante; e a execução, disciplinada, seguida por regras bem claras.

Os princípios do Taylorismo

Taylor estabeleceu quatro princípios básicos que serviriam para melhorar o desempenho das empresas e que indicamos para aprofundar o tema:

  1. A gerência deve realizar o estudo das tarefas e levantar tudo que se encontra na mente de seus funcionários e, assim, registrá-los, medi-los e simplificá-los ao mínimo para que se encontre a melhor forma de se realizar as atividades. Logo depois são criadas normas que serão futuramente levadas aos trabalhadores para que eles as coloquem em prática;
  2. Neste princípio, é destacada a importância de se fazer uma seleção científica dos operários, objetivando escolher o indivíduo especificamente talhado para determinada função, para que ele possa render mais e trazer melhores resultados;
  3. As normas e leis geradas no primeiro princípio são apresentadas ao trabalhador selecionado. Segundo Taylor, isso se dá por meio de um cartão de instrução, tudo para que os melhores sujeitos para aquelas funções sejam treinados para executarem suas tarefas da melhor forma possível;
  4. Aqui ocorre a divisão do trabalho, isto é, enquanto a gerência, representada pelos engenheiros e administradores da organização, definem os padrões a serem perseguidos pela companhia, os demais funcionários obedecem e executam o que lhes foi ordenado. Se antes os operários faziam todas as tarefas, sem se preocupar com o tempo que levavam e com o que produziam, no Taylorismo, trabalho era particionado e especializado.

O sucesso da empreitada Taylorista dependia fundamentalmente da gerência. Esta deveria estar mais presente na organização, acompanhando o andamento da produção e exercendo um maior controle em relação ao que faziam os seus subordinados.

“Taylor propôs a ideia de uma gerência que criasse, através de métodos de experimentação do trabalho, regras e maneiras padrões de executar o trabalho. Essas regras padrões seriam obtidas pela melhor equação possível entre tempo e movimento. Para Taylor a garantia da eficiência era papel fundamental da gerência. Assim, criava-se métodos padronizados de execução que deveriam otimizar a relação entre tempo e movimento”, explica Andressa de Feitas Ribeiro, no artigo Taylorismo, fordismo e toyotismo.

Jornalista com 15 anos de experiência, é mestre em América Latina pela Universidade de São Paulo (USP) na linha de pesquisa Práticas Políticas e Relações Internacionais.

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