Guerra da Coreia – O que foi? Contexto, Início, Participações e Armistício

A Guerra da Coreia foi um conflito ocorrido na Península Coreana, entre 1950 e 1953, e que opôs as duas Coreias, a do Sul e a do Norte, apoiadas por Estados Unidos, China e União Soviética.

Essa guerra deixou um saldo de mais de três milhões de mortos, e seus resultados ainda podem ser vistos e sentidos nos dias de hoje.

Contexto da guerra

A Península coreana foi anexada pelo Japão em 1910, após alguns anos de ocupação. Até 1945, a região fez parte do Império Japonês. No final da Segunda Guerra Mundial, com a Alemanha nazista já derrotada, os aliados voltaram suas atenções para o Japão. Assim, o país foi ocupado por forças russas, que se concentraram ao Norte, e por forças americanas, ao sul. A Linha que separava as duas regiões era o Paralelo 38, uma linha imaginária a 38 graus ao norte da Linha do Equador.

Na Conferência de Potsdam, realizada entre o final de julho e o início de agosto de 1945, ficou decidido que o país seria ocupado por cinco anos, tornando-se uma nação livre após esse período. Porém, a guerra ideológica entre os dois ocupantes (Estados Unidos e União Soviética) já havia começado, com cada lado influenciando o pensamento, a política e a economia de cada região.

Em 1948, tanto norte quanto sul tiveram eleições para a formação de seus governos, já visando a independência do território, programada para 1950. O resultado dessas eleições já mostrava uma grande diferença ideológica entre as duas áreas ocupadas, apontando que a união entre elas seria muito difícil.

O início do conflito

Em 25 de junho de 1950, já sem a presença das tropas russas e norte-americanas, forças da Coreia do Norte, sob o pretexto de retaliar supostas incursões de soldados do sul na fronteira, invadiram a Coreia do Sul. Apenas três dias depois, Seul, capital da Coreia do Sul, foi tomada.

Dias depois, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou uma resolução que condenava os ataques por parte da Coreia do Norte, abrindo assim caminho para a intervenção de tropas da ONU, com a liderança norte-americana.

As forças norte-americanas, lideradas pelo general Douglas MacArthur, impuseram várias derrotas para as tropas norte-coreanas. Vendo que a entrada dos Estados Unidos fez a vitória pender para o lado Sul, Kim Il-Sung, líder norte coreano, apela para a ajuda chinesa, que envia um grande contingente militar para combater.

A entrada da China

No final de 1950, mais de 300 mil soldados chineses chegaram para combater ao lado dos norte-coreanos. Com apoio logístico da União Soviética, com equipamentos e suprimentos, chineses e norte-coreanos conseguiram desequilibrar o conflito, obrigando norte e americanos e sul coreanos a recuar.

Diante desse fato, o presidente norte-americano Harry Truman resolve fortalecer ainda mais a posição norte americana, enviando um grande contingente de soldados e equipamentos, e substituindo o general Douglas MacArthur pelo general Matthew Ridgway. A guerra agora entrava em um longo impasse.

Entre 1951 e 1952, a guerra se tornou cada vez mais custosa e sangrenta. Grandes batalhas causavam a morte de vários soldados dos dois lados, sem que houvesse grande conquista ou algum avanço significativo. Dessa forma, a pressão internacional para um cessar fogo cresceu, e os dois lados começaram longas conversações para negociar o fim do conflito.

O armistício

Em 27 de julho de 1953, foi assinado um armistício que pôs fim às hostilidades. O acordo previa que a fronteira entre as duas regiões seria uma zona desmilitarizada de aproximadamente 250km de comprimento e 4km de largura, que permanece até hoje. O acordo também incluía a troca de prisioneiros e dos corpos de militares que haviam morrido em território adversário.

A Guerra da Coreia foi um conflito sangrento, no qual milhares de pessoas morreram. Também inaugurou a chamada Guerra Fria, em que Estados Unidos e União Soviética duelavam pelo posto de superpotência do planeta, sem nunca se confrontarem de forma efetiva.

Tecnicamente, as duas coreias ainda estão em guerra, já que um acordo de paz nunca foi assinado, fazendo com que a população desses dois países permanecesse em um estado de constante tensão. Recentemente os dois países iniciaram uma aproximação, ainda que tímida, no intuito de cessar de vez o conflito ainda em aberto.

Bacharel em História pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

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