Agente da Voz Passiva – O que é? Para que serve? Exemplos e mais!

Entenda o que é o Agente da Voz Passiva, que função ele desempenha para a formação da voz passiva e mais (com exemplos)!

O agente da voz passiva é aquele que concretiza a voz passiva. Em outras palavras, é aquele complemento verbal que de fato realiza a ação referente ao verbo.

Mas, primeiro, o que é voz passiva?

O que é voz passiva?

A voz passiva é a forma como o verbo se apresenta para indicar a passividade, ou seja, que alguém recebe a ação. Um exemplo simples de voz passiva é: Eu sou amada. Aqui, o sujeito recebe (ou sofre) a ação, que é o verbo “amar”, em vez de realizá-la.

Existem duas formas de se construir uma oração na voz passiva: analítica e sintética. A voz passiva analítica é aquela em que há uma locução verbal formada pelo verbo “ser” seguido do verbo principal no particípio passado. Por exemplo: O brasileiro precisa ser estudado.

A voz passiva sintética ou pronominal, por sua vez, tem o pronome “se”, que funciona como partícula apassivadora. Por exemplo: Estuda-se muito na faculdade.

Sendo assim, para que tenhamos  o agente da voz passiva na oração, é necessário que ela esteja na voz passiva analítica.

Outras vozes verbais

Além da voz passiva, há outros dois tipos de vozes verbais: ativa e reflexiva.

A voz ativa coloca o foco no sujeito que pratica a ação, ou seja, evidencia o sujeito agente. Por exemplo: O professor aplicou a prova. Nesta frase, o sujeito é o professor, o qual também é o agente, que praticou o ato de aplicar a prova.

Já a voz reflexiva é aquela em que o sujeito que executa a ação é também quem sofre o ato. Nesse sentido, o sujeito é agente e paciente ao mesmo tempo. Por exemplo: A garota se vestiu. Nesta frase, o pronome oblíquo “se” indica que a garota, sujeito da oração, vestiu a si mesma.

O que é agente da voz passiva?

O agente da voz passiva é o ser que pratica a ação sofrida ou recebida pelo sujeito. Esse complemento é geralmente um substantivo, pronome, numeral ou oração substantiva, que, na maior parte das vezes é introduzida por uma preposição como “por” ou “de”.

Vamos analisar alguns exemplos a seguir, com cada uma dessa ocorrências:

Substantivos

  • Esse livro foi escrito por um autor famoso.

Aqui, a ação é “escrever”, o sujeito que sofre essa ação é o “livro”. O agente da voz passiva, nesse caso, é o “autor”, que foi quem conclui a ação.

Pronomes

  • A mesma frase foi dita por mim.

A ação “dizer” é aqui exercida pelo pronome “mim”.

Numeral

  • A auditoria foi escutada por ambos.

Nesse caso, “por ambos” é o agente da voz passiva, que executa a ação. Aqui “ambos” é o numeral e “por” a preposição que pode o acompanhar.

Oração substantiva

  • O que aconteceu foi escutado por quantas pessoas quisessem ouvir.

Por fim, aqui, “por quantas pessoas quisessem ouvir” configura uma oração substantiva, que aqui funciona como o agenta da voz passiva.

Agente da voz passiva x voz ativa

Quando a frase se encontra na voz passiva, observamos que o agente se torna parte do predicado. Com isso, o foco se encontra preferencialmente na ação, em vez de no indivíduo que agiu.

É comum ouvirmos que a voz passiva confere impessoalidade ao texto, sendo preferível em dissertações e artigos acadêmicos. Contudo, essa é uma percepção relativamente antiquada. Isso porque a voz ativa confere maior objetividade e precisão ao texto, algo que facilita a compreensão.

Desse modo, quando se conhece o agente, o melhor a se fazer é empregar a voz ativa. Isso aumenta a clareza do texto, que pode ter seu sentido prejudicado quando há excesso de voz passiva.

Você também pode gostar de ler:
Partícula apassivadora – O que é, função e relação com as vozes verbais

Referências

CUNHA, C; CINTRA, L. Nova gramática do português contemporâneo. 7. Ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2017.

BECHARA, E. Moderna Gramática Portuguesa. 37 edição. Rio de Janeiro: Editora Nova fronteira, 2009.

 

Graduada em Letras inglês-português pela UNESP-Araraquara e mestre em Estudos Linguísticos (linha de pesquisa Estudos da tradução) pela UNESP- São José do Rio Preto. Professora de português e inglês, redatora comercial e tradutora EN><PT, Fui bolsista CAPES na graduação pelo programa Residência Pedagógica, dando aulas de inglês para sexta série da Educação de Jovens e adultos e durante o mestrado, desenvolvendo a pesquisa "Makumba: Uma proposta de Matrigestão Tradutória à Poética de Amiri Baraka", no qual executei as primeiras traduções para o português de poemas selecionadas do livro Black Magic (1969), do autor afro-americano Amiri Baraka. Hoje, atuo como professora de inglês na escola Aliança América e Redatora para WebGo/Gridmídia, bem como desenvolvo projetos como tradutora, redatora e professora de inglês e português freelance para diversas empresas e contratantes particulares.

Deixe seu comentário