Animais em Extinção na Floresta Amazônica – 5 preocupações e Cuidados

Além de organizações internacionais, a Comissão Nacional da Biodiversidade (Conabio) avalia a situação da biodiversidade brasileira. Ela identifica não apenas quais espécies estão ameaças de extinção, mas também suas causas, e propõem ações prioritárias de pesquisa e conservação.

No nosso país, as principais ameaças são a exploração excessiva, a expansão da agricultura e dos centros urbanos e o tráfico de biodiversidade.

Na região Amazônica, além desses fatores, a instalação de usinas hidrelétricas e o desmatamento também afetam inúmeras espécies. Confira, abaixo, alguns exemplos da fauna ameaçada nessa região.

Animais em risco de extinção na região amazônica

Peixe Brachyplatystoma flavicans

Animais em extinção

Conhecido como dourada, este peixe de água doce encontra-se ameaçado na região Amazônica. É uma espécie carnívora, com couro, muito famosa pelas longas migrações reprodutivas, chegando a nadar mais de 4 mil quilômetros para desovar. Apresenta grande porte, com, aproximadamente, 20 quilos.

Muito apreciado pelo seu sabor e pela sua pouca gordura, é bastante consumido na região. No entanto, o que tem levado ao declínio de sua população são as usinas, pois a construção de barragens afeta os níveis de cheia do rio e atrapalham a locomoção destas espécies migratórias.

Além dele, espécies como o acari-zebra (Hypancistrus zebra) encontram-se sob ameaça.

Anfíbio Pseudopaludicola canga

Animais em extinção

Dentre os anfíbios, esta pequena rã está possivelmente ameaçada. No entanto, faltam dados sobre ela, o que acaba por não a colocar na lista oficial. Ela é endêmica da Serra do Carajás no Pará e as atividades de mineração ameaçam o seu habitat.

Réptil Ameiva parecis

Esta espécie de calango encontra-se na lista de répteis ameaçados na região Amazônica classificada como Em perigo (EN). Encontra-se assim classificada pois habita regiões isoladas da floresta e que estão afetadas pela instalação de usinas hidrelétricas.

Além disso, a expansão da agricultura, principalmente da soja, reduz seu habitat. Outro fator que corrobora para o quadro é o fato de que a espécie não foi ainda identificada dentro de áreas de conservação.

Este calango chega a 90mm de comprimento e vive em regiões de gramíneas e arbustos. Consome principalmente artrópodes, como cupins, formigas e aranhas. Sua ninhada é pequena, contento entre 1 e 2 ovos.

Ave Craz fasciolata

Animais em extinção

Dentre as inúmeras aves ameaçadas de extinção na região Amazônica, podemos citar o mutum-de-penacho. Com cerca de 83cm de comprimento, chega a pesar 2,7 quilogramas. Com dimorfismo sexual, o macho é preto com uma mancha branca na barriga, enquanto a fêmea é preta com listras brancas. Eles são onívoros e consomem frutos, folhas e pequenos animais.

Esta espécie bota entre 2 a 3 ovos em cima de árvores e habita a região entre o Rio Tapajós e o Maranhão, até São Paulo e outros países vizinhos. No entanto, devido à pressão de caça principalmente, encontra-se ameaçada.

Além dela, podemos citar a ararajuba (Guaruba guarouba) e a arara-azul (Anodorhynchus hyacinthinus), muito famosas pela sua coloração e por serem características da região. Mas, a extração de madeira e a expansão da agropecuária vêm as ameaçando.

Mamífero Saguinus bicolor

Animais em extinção

Entre os mamíferos ameaçados na Amazônia, encontra-se o famoso sauim-de-coleira, um sagui que está classificado como criticamente ameaçado (CR).

É um primata de pequeno porte, chegando a 28cm de comprimento e 500 gramas. Ele é caracterizado pela cabeça negra e sem pelos, com braços e tórax com pelos brancos. Alimenta-se, basicamente, de frutos e vertebrados, podendo se reproduzir até duas vezes no ano.

É um animal social, mas sua população vem sendo reduzida principalmente em função das industrias da região e pelo desenvolvimento da cidade, o que fragmenta seu habitat.

O que fazer para evitar?

Apenas a criação de áreas de preservação não é suficiente para a conservação das espécies aqui citadas e das inúmeras outras que se encontram ameaçadas na região Amazônica.

É preciso ação por parte da população e dos governantes. A expansão da agropecuária e da agricultura precisa ser contida, a utilização de agrotóxicos que sobrevoam as florestas não pode mais continuar e os conflitos entre humanos e fauna precisam ser estudados, a fim de promover a convivência sustentável. Além disso, a compra de animais silvestres não deve ser realizada, pois, na maioria das vezes, tais seres são advindos do tráfico ilegal.

Bacharel e Licenciada em Ciências Biológicas pela USP (2016 e 2018), tem 25 anos e é apaixonada pela natureza e por explorar o mundo. Quando não está se aventurando por aí, gosta de aquietar as pernas com livros e séries.

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