Composição por Justaposição e Aglutinação – O que são, exemplos e mais!

Entenda o que é e como funciona a Composição e conheça seus dois principais tipos: composição por justaposição e por aglutinação!

Os dois processos básicos para a formação de palavras são a composição e a derivação.

A composição é o processo de formar palavras a partir da junção de dois ou mais radicais. A palavra que se forma a partir desse processo sempre representa uma ideia única, autônoma às ideias originais dos radicais que a compõem.

Nisso, há uma diferença da formação por derivação, pois não há um significado inato à junção dos radicais. Quanto à forma como a composição pode acontecer, ela pode se dar a partir da justaposição e da aglutinação.

Vejamos com mais detalhes e exemplos!

Composição por Justaposição e Aglutinação - O que são, exemplos e mais! (Imagem:
Composição por Justaposição e Aglutinação – O que são, exemplos e mais (Imagem: Gestão Educacional – Mamewmy – FreePik.com)

Composição por justaposição

Nessa forma, as palavras juntadas são simplesmente justapostas, ou seja, mantêm a sua integridade. Podem ou não ser separadas por um hífen, havendo regras diversas para que a palavra o tenha ou não.

De modo geral, é possível dizer que o hífen aparece quando o primeiro termo assume uma forma substantiva, adjetiva, numeral ou verbal. É importante lembrar que, na justaposição, os radicais não sofrerão qualquer alteração.

Exemplos: terça-feira, pé-de-moleque, mil-folhas, madrepérola, passatempo, paraquedas, micro-ondas, sem-terra, para-raios, couve-flor, audiovisual etc.

Quando usar o hífen?

Em substantivos compostos, o hífen deve aparecer quando a composição por justaposição não tem elementos de ligação, como em “cachorro-quente”, “palavra-chave”, “guarda-chuva” etc.

Também quando a composição ocorrer a partir da repetição de palavras, por exemplo, em “zigue-zague”, “reco-reco”, “esconde-esconde” etc.

Por fim, devemos usar hífen quando estamos tratando de espécies de plantas e animais, ainda que existam elementos de ligação. Exemplos: “tigre-dentes-de-sabre”, “beija-flor”, “copo-de-leite”, “louva-a-deus” etc.

Composição por aglutinação

Já na composição por aglutinação, os radicais são unidos em um só vocábulo de forma por vezes indistinguível, ou menos distinguível, perdendo sua integridade.

Exemplos: embora (em + boa + hora), aguardente (água + ardente), viandante (via + andante), vinicultura (vinha + cultura), vinagre (vinho + acre) etc.

Há casos em que apenas um dos radicais sofre alguma alteração, enquanto o outro permanece em sua forma inicial. Isso ocorre, por exemplo, em “planalto” (plano + alto), “pernalta” (perna + alta) etc.

É importante ressaltar que a composição pode se dar entre diversas classes gramaticais, ou seja, pode ocorrer entre palavras da mesma classe, como também de outras classes. Então, temos tanto composições que são substantivo + substantivo, como “porco-espinho”, quanto substantivo + adjetivo, como “criado-mudo”, assim como muitas outras combinações possíveis.

A partir do conhecimento da composição, fica mais fácil entender os conceitos de palavras simples e palavras compostas. Isso porque as palavras simples são precisamente aquelas que apresentam apenas um radical. As compostas, por sua vez, sofreram o processo de composição e têm um ou mais radicais.

Exemplos: “plano” e “alto” são duas palavras simples; “planalto” é uma palavra composta. “Couve” e “flor” são também duas palavras simples; “couve-flor” é uma palavra composta.

Observe que as palavras simples que irão compor a palavra composta têm significados diferentes. Contudo, a palavra composta, mesmo tendo um significado independente, ainda apresenta alguma relação de sentido que pode ser apreendida justamente da junção entre os radicais.

Além dos modos principais em que se dá a formação de palavras, há também os processos de hibridismo, abreviação, siglagem, intensificação, reduplicação, neologismo, aportuguesamento, combinação e lexia.

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Referências

CUNHA, C; CINTRA, L. Nova gramática do português contemporâneo. 7. Ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2017.

BECHARA, E. Moderna Gramática Portuguesa. 37 edição. Rio de Janeiro: Editora Nova fronteira, 2009.

 

 

Graduada em Letras inglês-português pela UNESP-Araraquara e mestre em Estudos Linguísticos (linha de pesquisa Estudos da tradução) pela UNESP- São José do Rio Preto. Professora de português e inglês, redatora comercial e tradutora EN><PT, Fui bolsista CAPES na graduação pelo programa Residência Pedagógica, dando aulas de inglês para sexta série da Educação de Jovens e adultos e durante o mestrado, desenvolvendo a pesquisa "Makumba: Uma proposta de Matrigestão Tradutória à Poética de Amiri Baraka", no qual executei as primeiras traduções para o português de poemas selecionadas do livro Black Magic (1969), do autor afro-americano Amiri Baraka. Hoje, atuo como professora de inglês na escola Aliança América e Redatora para WebGo/Gridmídia, bem como desenvolvo projetos como tradutora, redatora e professora de inglês e português freelance para diversas empresas e contratantes particulares.

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