Ditadura Militar no Brasil – O que foi? Motivos, Consequências e Atual situação
Ditadura militar foi um período da história brasileira no qual o poder foi tomado pelos militares, formando um governo autoritário, que teve como principais características a censura aos meios de comunicação, a restrição aos direitos políticos e individuais e a forte repressão aos opositores do regime.
O governo militar começou em 1964, por meio de um golpe que derrubou o então presidente João Goulart, e só terminou em 1985, com a entrega do poder e a volta da democracia pelas eleições para presidente realizadas no mesmo ano.
Motivos do golpe militar
![Ditadura Militar no Brasil](https://www.gestaoeducacional.com.br/wp-content/uploads/2019/01/Ditadura-Militar-no-Brasil.jpg)
A maioria dos historiadores que pesquisam o tema aponta para três principais causas para o golpe de 64:
Renúncia de Jânio Quadros
A renúncia, em agosto de 1961, abriu espaço para que o então vice-presidente, João Goulart (popularmente conhecido como Jango) chegasse ao poder. Jango era defensor de propostas consideradas populistas, tais como reforma eleitoral, nacionalização de empresas e reforma agrária (as reformas de base).
Essas medidas desagradaram parte da população, sobretudo a elite conservadora e parte da classe média.
Possível golpe comunista
Para os militares, a posse de Jango colocava o país em risco, pois acreditava-se que Jango era um político simpatizante dos ideais comunistas, e, portanto, pretendia instaurar um governo comunista no Brasil.
É preciso lembrar que o mundo vivia uma forte polarização, devido à Guerra Fria, na qual os Estados Unidos (capitalista) disputava com a União Soviética (Socialista) a hegemonia econômica, política e militar do mundo.
Situação econômica
Uma economia frágil, com inflação alta e desemprego, foi um dos problemas herdados por João Goulart, aos quais ele não conseguiu dar uma resposta satisfatória, contribuindo ainda mais para a insatisfação de boa parte da população.
No dia 31 de março de 1964, tropas do exército são enviadas ao Rio de Janeiro para exigir a renúncia do presidente. João Goulart foge para o Rio Grande do Sul, e depois para o exílio no Uruguai. No dia 11 de abril, o marechal Castelo Branco é eleito Presidente da República, dando início ao Regime Militar.
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Os anos de chumbo
![presidentes do Brasil Regime Militar](https://www.gestaoeducacional.com.br/wp-content/uploads/2018/11/presidentes-do-brasil-regime-militar.jpg)
O regime militar governava, sobretudo, com os Atos Institucionais – atos e normas que davam ao regime amplos poderes, por exemplo, fim das eleições diretas para presidente, extinção dos partidos políticos, intervenção em estados e municípios e fechamento do Congresso e de suas atividades.
Em 1967, Castelo Branco deixa o governo, sendo substituído pelo Marechal Costa e Silva, representante da linha dura das forças armadas. Com ele no poder, a repressão aos grupos opositores do governo aumentou. Em contrapartida, parte dos movimentos de oposição aderiu à luta armada.
Por tudo isso, o período entre o final de 1968 e 1974 ficou conhecido como “Anos de chumbo” e, devido à violenta repressão do regime a qualquer manifestação contrária, vários políticos, artistas e intelectuais fugiram do país em busca de exílio.
A volta da democracia
Entre 1974 e 1979 ocorreu uma lenta e gradual abertura política por parte dos militares. O regime, já desgastado pela oposição cada vez maior e pelo fracasso econômico, acenava com a possibilidade de um retorno à democracia. Apesar disso, a repressão continuava, e um dos caso mais significativos foi a tortura e morte do jornalista Vladimir Herzog, em 1975.
O ponto culminante para o fim do Regime Militar foi as Diretas Já, um grande movimento civil que reivindicava eleições diretas para presidente. Embora a ideia das eleições diretas tenha sido rejeitada, ela abriu caminho para a eleição de Tancredo Neves, em 1985.
Consequências da Ditadura Militar no Brasil
![Ditadura Militar no Brasil2](https://www.gestaoeducacional.com.br/wp-content/uploads/2019/01/Ditadura-Militar-no-Brasil2.jpg)
Os 21 anos de governo militar deixaram um saldo trágico. Sgundo relatório elaborado pela Comissão Nacional da Verdade, instituída em 2011 para investigar as violações aos Direitos Humanos cometidas entre 1948 e 1988, estima-se que mais de 50 mil pessoas foram presas, das quais muitas foram torturadas, e, aproximadamente, 457 foram mortas durante o Regime Militar.
Os números reais são, na verdade, muito maiores, e ainda estão longe de serem conhecidos.
Atual situação
Embora hoje com uma democracia consolidada, o país ainda se vê frente a questões não resolvidas. A Lei de Anistia, promulgada pelo Presidente Figueiredo, em 1979, impediu qualquer investigação sobre os possíveis crimes cometidos durante o regime. Somente com a Comissão Nacional da Verdade, a violência no período militar passou a ser discutida no âmbito da justiça.
A ditadura foi um dos capítulos mais tristes na história do Brasil, e o estudo desse período é importantíssimo para compreender a sociedade em que vivemos hoje, e, sobretudo, para aprender a valorizar e resguardar os valores democráticos.
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