Guerra no Iraque – O que foi? Contexto, Conflito, Ocupação e Críticas

A Guerra no Iraque foi um conflito militar entre as forças dos Estados Unidos da América, que comandavam uma coalizão internacional (contando com tropas inglesas e australianas, entre outras), e o exército do Iraque, comandado pelo ditador Saddam Hussein.

O conflito teve longa duração – entre março de 2003 e dezembro de 2011 – e várias fases distintas, tendo como consequências imediatas a queda do ditador e a ocupação do país por tropas estadunidenses e aliadas.

Contexto da guerra

Após o ataque terrorista de 11 de setembro de 2001, que derrubou as torres do edifício World Trade Center, em Nova York, o governo dos Estados Unidos da América deu início a uma política que ficou conhecida como “Guerra ao Terror”. Essa política tinha como objetivo, além de punir a organização terrorista Al-Qaeda, comandada por Osama Bin Laden e apontada como autora do grande atentado, identificar países que fornecessem qualquer tipo de ajuda a qualquer organização identificada como terrorista.

Além disso, desde o final da Guerra do Golfo, em 1990, o Iraque, por meio de uma resolução da ONU, teve que encerrar seus programas químicos, biológicos e nucleares, pois havia o medo de que esse país pudesse desenvolver armas de destruição em massa.

A Nação passava por constantes inspeções em suas instalações militares, a fim de se verificar se as proibições estavam sendo cumpridas. Essas medidas começaram a enfrentar problemas em 1998, graças à falta de colaboração do governo iraquiano.

Diante disso, o governo norte-americano lançou um discurso de que o Iraque estava construindo armas de destruição em massa. A pressão deu certo e, mesmo com evidências de que o Iraque não possuía as tais armas, a intervenção teve início em 20 de março de 2003.

Um conflito rápido

O conflito durou pouco mais de um mês. Atacando a partir do sul e do oeste, as tropas aliadas avançaram rapidamente, conquistando várias cidades e destruindo paulatinamente a resistência iraquiana.

A capital Bagdá foi conquistada em 9 de abril. Tikrit, cidade natal do ditador Saddam Hussein, foi conquistada em 13 de abril. O fim oficial da operação se deu em 1º de maio, quando o presidente norte-americano, George W. Bush, declarou a vitória.

O próximo passo era a captura de Saddam Hussein, desaparecido desde o começo da invasão. Ele seria encontrado em 13 de dezembro, próximo à cidade de Tikrit, e posteriormente julgado por crimes de guerra em um tribunal especial iraquiano, sendo enforcado em 30 de dezembro de 2006.

Ocupação

Terminada a guerra, e com a queda do ditador Saddam Hussein, começava uma nova etapa na operação: a ocupação do território iraquiano e sua transição para um regime democrático e pacífico. 

Em janeiro de 2005, os iraquianos escolheram, por eleições legislativas, os membros do governo transitório, que tinha como missão primordial a elaboração de uma nova constituição. Mas, embora a guerra tenha oficialmente terminado, a violência não acabou.

De fato, desde a prisão de Saddam Hussein, a insurgência de grupos leais ao ex-ditador e contra os americanos cresceu, com ataques e combates esporádicos em todo o país. O foco desses grupos deixou de ser a tropas da coalizão, e sim as forças aliadas ao novo governo iraquiano, que passaram a ser atacados constantemente, sobretudo com o uso de explosivos e emboscadas que, muitas vezes, atingiam também a população civil.

A partir de 2006, o Iraque viveu uma verdadeira guerra civil.

As tropas de coalizão foram obrigadas a aumentar seu contingente para tentar controlar a violência, e grandes batalhas foram travadas. Esse panorama continuou até meados de 2009, quando o esforço conjunto das tropas de coalizão e do exército iraquiano conseguiram diminuir o ímpeto dos grupos insurgentes.

A partir de junho de 2009, já sob o governo de Barack Obama, as tropas estadunidenses começaram, paulatinamente, a deixar o país. Os últimos soldados deixaram o Iraque em dezembro de 2011, pondo fim a oito anos de conflito.

Críticas

A Guerra do Iraque sempre foi alvo de muitas críticas, e seus resultados são, até hoje, questionados. Em primeiro lugar, as armas de destruição em massa nunca foram encontradas, e não havia, já na época, indícios de que os iraquianos estivessem desenvolvendo qualquer tipo de armamento não convencional.

Sem conseguir apoio dos órgãos internacionais, os Estados Unidos partiram para uma ação militar unilateral.

Além disso, a instabilidade política continuou no país, abrindo as portas para novos grupos fundamentalista, entre eles o Estado Islâmico, que, a partir de 2014, estabeleceu um califado extremista em territórios do Iraque e da Síria, motivando uma nova intervenção militar na região.

Bacharel em História pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

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