Onomatopeias – o que são? Usos e Exemplos
A onomatopeia é uma figura de linguagem que consiste no uso de vocábulos para simular, imitar, representar ou sugerir determinados sons/ruídos naturais. Por exemplo, ao dizer que o relógio faz tic-tac ou que o grilo faz cri-cri, faz-se alusão, por meio de representações gráficas, à maneira que esses sons são produzidos no mundo real.
Onomatopeias são bastante utilizadas em gêneros literários, como romances, contos, poesias, histórias em quadrinhos, publicidades, etc.
Confira, a seguir, alguns exemplos práticos do emprego das onomatopeias, só aqui no Gestão Educacional!
![Onomatopeias](https://www.gestaoeducacional.com.br/wp-content/uploads/2019/03/Onomatopeias.png)
Vocábulos onomatopeicos
Os vocábulos onomatopeicos são palavras já institucionalizadas na língua portuguesa, geralmente por meio da incorporação em dicionários, cuja forma escrita remete a um som relacionado ao termo.
É o caso da palavra “zinzilular”, por exemplo, nome dado ao chilrear (produção de sons agudos e estridentes) por pássaros. A grafia da palavra passa essa impressão, de um som agudo, estridente, irritante.
Mas, nem é preciso ir muito longe para encontrar exemplos. Basta lembrar-se de pipoca, cujo “poc” pode indicar o som do milho estourando.
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Onomatopeias na literatura
Por ser uma figura de linguagem que permite não só incorporar sons à escrita, como criar palavras em que significado, escrita e ruídos se misturam, muitos escritores e poetas exploraram as onomatopeias, utilizando-as em suas obras.
Por não haver regras pré-definidas para a criação de onomatopeias ou vocábulos onomatopeicos, o escritor, o poeta ou o falante tem total liberdade na hora da criação.
Veja alguns exemplos, retirados da obra Manuelzão e Miguilim: Corpo de baile (2016, p. 104), de Guimarães Rosa:
- “Ou, então, outras ocasiões, o Patorí fazia de conta que era toda qualidade de bicho. —‘Agora, o que é que você quer, Miguilim?’ ‘— Cavalo!’ ‘—Cavalo, cavalo, cavalo? É assim: … Rinhinhim, rinhinhim, rinhinihm…’”
- “— ‘E agora, Miguilim?’ ‘— Agora é pato!’ ‘— Pato branco, pato preto, pato marreco, pato choco? É assim: … Qué-po, quépo, quépo…’”
- “‘— Sariema! Agora é sariema!’ ‘— Xô! Sariema no cerrado é assim: …Káu! Káu! Káukáukáufkáuf…’”
Nesses exemplos, Patorí imita os sons de um cavalo, um pato e uma seriema, ave bastante conhecida do cerrado, para Miguilim, que se diverte bastante. Guimarães Rosa é famoso por empregar regionalismos e uma linguagem informal em suas obras. Tanto é que Patorí chama a ave de “Sariema”, como ela é popularmente conhecida.
![Onomatopeias](https://www.gestaoeducacional.com.br/wp-content/uploads/2019/03/Onomatopeias2.png)
Outro exemplo é o poema Os Sinos, de Manuel Bandeira, em que ele evoca os sons dos sinos valendo-se de vocábulos como “bem” e “bão”:
“Sino de Belém, pelos que inda vêm!
Sino de Belém bate bem-bem-bem.
Sino da Paixão, pelos que lá vão!
Sino da Paixão bate bão-bão-bão […]”
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