Theodor Adorno – Quem foi? Biografia e Principais Obras

O filósofo e sociólogo alemão Theodor Adorno (1903 – 1969) foi um dos grandes intelectuais do século XX. Trata-se de um importante membro da chamada Escola de Frankfurt, ao lado de nomes como os de Max Horkheimer, Walter Benjamin, Herbert Marcuse e Jürgen Habermas.

Musicólogo e compositor, Adorno se destacou como um crítico contumaz dos meios de comunicação de massa e da atuação deles em relação à produção cultural da época. Ajudou a escrever textos relevantes tanto no campo da comunicação como no da sociedade.

Biografia da vida de Theodor Adorno

Theodor Ludwig Wiesengrund-Adorno nasceu na cidade de Frankfurt em 11 de setembro de 1903. Filho de pai de origem judaica e de mãe com descendência italiana, Adorno contou com uma ótima educação, já que seu pai era um negociante de vinhos bem-sucedido. Sua mãe era cantora lírica. Ele teve aulas de piano com a tia e de composição com Bernhard Sekles.

Ele também foi aluno do escritor e sociólogo Siegfried Kracauer, que lia com ele Immanuel Kant. Aos 20 anos, Adorno conheceu dois homens que acabaram se tornando seus grandes parceiros intelectuais e amigos: Max Horkheimer e Walter Benjamin.

No ano seguinte desse encontro, Adorno se formou em filosofia pela Universidade de Frankfurt. Em 1925, ele se mudou para Viena, na Áustria, onde estudou música de maneira profunda, tendo ajuda de Alban Berg na composição e de Eduard Steuermann no piano. Anos mais tarde, Adorno retornou à Alemanha para concluir seu doutorado, em 1931, e, dois anos depois, apresentou trabalho a respeito do filósofo dinamarquês Soren Kierkegaard.

Após dar aulas por alguns anos em Frankfurt, Adorno teve que fugir do regime nazista, emigrando para a Paris e, posteriormente, para a Inglaterra, onde deu aulas de filosofia na Universidade de Oxford. Em 1937, o filósofo foi para os Estados Unidos, passando a colaborar com o Instituto de Pesquisas da Universidade de Columbia. Ele atuou ainda entre 1938 e 1941 como vice-diretor do Projeto de Pesquisas sobre a Discriminação Social da Universidade da Califórnia.

Adorno retornou à Europa em 1950 e, três anos depois, à Frankfurt, reassumindo sua cadeira de filosofia na universidade alemã. Ele ainda assumiu a codiretoria do Instituto de Pesquisas Sociais, mundialmente conhecido como Escola de Frankfurt, que reuniu nomes como Adorno, Walter Benjamim, Max Horkheimer, Herbert Marcuse, Wilhelm Reich e Jürgen Habermas, e desenvolveu teorias marcantes que ajudaram na compreensão do mundo à época.

Adorno morreu no dia 6 de agosto de 1969, na cidade de Visp, Suíça, aos 65 anos de idade.

Principais obras

Theodor Adorno foi fundamental na elaboração da chamada Teoria Crítica, que, junto com os demais membros da Escola de Frankfurt, se opôs à teoria tradicional, contrapondo a ideia de produção cultural independente da ordem social daquele tempo. Adorno cunhou a expressão “Indústria Cultural”, que se transformou um dos principais temas abordados ao longo de sua carreira intelectual.

“A expressão Indústria Cultural (Kulturindustrie) foi cunhada pela primeira vez em 1947, por Theodor W. Adorno e Max Horkheimer, nos fragmentos filosóficos reunidos sob o título de Dialética do Esclarecimento, termo que viria contrapor o conceito cultura de massa, por tratar de um fenômeno distinto quanto a sua natureza”, relata Jean Henrique Costa, no texto A atualidade da discussão sobre a indústria cultural em Theodor W. Adorno.

A expressão surgiu com o objetivo de apontar a ocorrência de uma exploração sistemática e programada dos bens culturais visando o lucro. De acordo com Adorno, a indústria cultural reúne todos os elementos do mundo industrial moderno, sob controle das grandes corporações de mídia, que acaba alienando as obras de arte, tirando o seu real valor. Por exemplo, as obras de arte seriam, assim, elaboradas e consumidas a partir de critérios capitalistas, o que acabaria por rebaixar a peça a uma simples mercadoria, perdendo toda a sua possibilidade crítica e de contestação.

Nessa teoria, essa máquina de bens culturais faria com que as pessoas esquecessem do que precisam de verdade enquanto consomem esses produtos de fácil acesso. Dessa forma, filmes, livros, programas de televisão e de rádio, jornais, revistas e, atualmente, internet serviriam apenas para distrair o povo de suas reais necessidades e de seus problemas.

Além dessa contribuição, Adorno produziu outras obras de relevância no estudo da cultura e da sociedade. Em parceria com Horkheimer, Adorno escreveu a seminal Dialética do Esclarecimento, que teve sua primeira publicação em 1944. Vale destacar, ainda:

  • A Indústria Cultural – o Iluminismo como Mistificação das Massas, de 1947;
  • Filosofia da Nova Música e Crítica Cultural e Sociedade, ambos de 1949;
  • Teoria Estética, obra póstuma publicada em 1970.

Jornalista com 15 anos de experiência, é mestre em América Latina pela Universidade de São Paulo (USP) na linha de pesquisa Práticas Políticas e Relações Internacionais.

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