Tríplice Aliança – O que é? Formação, Contexto e Países Participantes

Tríplice Aliança é o nome que se dá a uma aliança militar travada entre o Império Alemão, o Império Austro-Húngaro e o Reino da Itália, no final do século XIX, cuja duração se estendeu até 1918.

Assinado em um contexto de forte rivalidade entre os principais países europeus, o acordo previa apoio mútuo entre os participantes em caso de ataque militar a algum deles. Esse acordo seria um dos grandes responsáveis pela eclosão da Primeira Guerra Mundial.

Contexto da Formação da Tríplice Aliança

A situação geopolítica da Europa entre o final do século XIX e início do século XX era muito tensa e delicada. A rivalidade histórica entre as potências europeias havia se agravado por conta do processo colonial ocorrido no final do século XIX, no qual Alemanha e Itália se sentiram injustiçados pela partilha do continente africano.

A França, por sua vez, havia acabado de ser derrotada pelos alemães na Guerra Franco-Prussiana, e aguardava uma chance de vingança. Além disso, o crescimento do nacionalismo em certas regiões da Europa era latente, sobretudo o pangermanismo e o pan-eslavismo. Tudo isso, aliado a um sentimento de busca de poder por parte da maioria dos países, transformava a Europa em um verdadeiro caldeirão, prestes a explodir.

Tratado da Tríplice Aliança

Já prevendo um possível conflito no continente, três grandes nações resolveram se unir em um acordo que garantia apoio mútuo entre os participantes em caso de ataque militar a algum deles.

O acordo foi firmado entre o Império Alemão, o Reino da Itália e o Império Austro-Húngaro, com o objetivo principal de isolar, pela coerção militar, a influência francesa no continente, bem como britânica. Em resposta à assinatura desse tratado, e como forma de proteção, França, Reino Unido e Império Russo criaram uma aliança, que ficou conhecida como Tríplice Entente.

Países participantes

Império Alemão

O Império Alemão surge em 1871, após a vitória contra os franceses na Guerra Franco-prussiana. Uma das consequências do conflito foi a unificação alemã, (até então formada por várias estados independentes), tendo como liderança o poderoso Reino da Prússia.

Após a unificação alemã, ficou claro para os outros países o desejo alemão de se tornar a principal potência europeia.

Império Austro-Húngaro

O Império Austro-Húngaro foi uma união constitucional entre o Império Austríaco e o Reino da Hungria, com duração entre 1867 a 1918. A posição desse império dentro do tratado era delicada, pois tanto alemães quanto italianos eram antigos inimigos, já que anos antes os três se envolveram em um conflito conhecido como Guerra Austro-Prussiana.

Reino da Itália

O Reino de Itália foi um Estado fundado em 1861, como resultado da unificação italiana após o rei da Sardenha, Vítor Emanuel, ter sido proclamado rei da Itália, após um longo processo de lutas.

Durante esse período, a rivalidade dos italianos contra os franceses, que apoiavam o papa e se opunham à integração de Roma ao restante da Itália, aumentou demasiadamente. Além disso, os italianos buscaram territórios ainda disponíveis no continente africano, interferindo nos interesses de outras potências, acirrando ainda mais os ânimos.

Estopim da Primeira Guerra Mundial

A formação da Tríplice Aliança tinha, entre seus objetivos, evitar novos conflitos, mas acabou sendo decisivo para o início de um. Em 1914, o arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do Império Austro-Húngaro, foi assassinado em Sarajevo, vítima de um atentado perpetrado por um grupo nacionalista sérvio, contrário à dominação austríaca.

O resultado desse crime foi um verdadeiro efeito dominó no cenário europeu. Os austríacos declararam guerra à Sérvia, o que provocou a reação do Império Russo. Por conta do tratado, os alemães declararam guerra à Rússia, o que, por sua vez, causou a entrada da França e do Reino Unido no conflito.

Embora fizesse parte da Tríplice Aliança, a Itália optou por não tomar parte, abandonando o tratado e aderindo à Tríplice Entente em 1915. A justificativa dos italianos para essa atitude foi a de que o tratado era voltado para a defesa, e não para a agressão praticada por austríacos e alemães.

O tratado deixou de existir oficialmente com o fim da Primeira Guerra, que resultou no fim dos Impérios Austro-húngaro e Alemão.

Bacharel em História pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

Deixe seu comentário