Verbos auxiliares – O que são? Quais são? Classificações e Exemplos

Os verbos auxiliares são tipos de verbo que, em conjunto com os verbos principais, formam as chamadas locuções verbais. Embora este pareça um assunto difícil de compreender, ele não é tão complicado assim. Porém, há vários tipos de verbos auxiliares, cada um sendo usado em determinado contexto, exigindo que o falante conheça as principais utilizações deles.

Neste artigo, veremos tudo a respeito dos verbos auxiliares. Completo, assim, só aqui, no Gestão Educacional!

O que são verbos auxiliares?

Alguns verbos têm a função de acompanhar outros, conjugados em suas formas nominais, formando, assim, as chamadas locuções verbais.

A esses verbos, cuja função é auxiliar a conjugação de outros, chamados “verbos principais”, dá-se o nome “verbos auxiliares”. Veja os exemplos:

(1) Eu estudo todos os dias.

(2) Eu tenho estudado todos os dias.

Perceba que, enquanto em (1) a ação do verbo é expressa apenas por um verbo, conjugado na primeira pessoa do singular do presente do indicativo, em (2) a ação é expressa por uma locução verbal, formado por um verbo auxiliar (“ter”, conjugado no presente do indicativo, ou seja, “tenho”), seguido por um verbo principal (“estudar”, conjugado na sua forma nominal do particípio passado, ou seja, “estudado”). Essa locução verbal, embora seja formada por dois verbos, exerce a função de apenas um.

Os verbos auxiliares também são responsáveis por formar os chamados “tempos compostos”, ou seja, tempos verbais expressos por mais de um verbo, como o pretérito perfeito composto do indicativo, o pretérito perfeito composto do subjuntivo etc.

Os tempos compostos são formados a partir da junção dos verbos auxiliares “ter” ou “haver”, conjugados em determinados tempos, seguidos pelo particípio passado do verbo principal. Como o exemplo (2), cuja locução verbal está no pretérito perfeito composto do indicativo.

Um detalhe importante de se destacar é que, nas locuções verbais, apenas o verbo auxiliar é conjugado. Isso porque o verbo principal vem sempre em uma forma nominal (particípio, gerúndio ou infinitivo impessoal), e, nas formas nominais, com exceção do infinitivo pessoal que se flexiona em pessoa, o verbo não é conjugado. Veja:

(3) Eu teria comprado se tivesse dinheiro.

(4) Nós teríamos comprado se tivéssemos dinheiro.

Perceba que, nos exemplos acima (3 e 4), apenas o verbo auxiliar “ter” sofreu alterações na oração principal (desconsiderando-se a oração subordinada adverbial condicional “se tivesse dinheiro”), flexionando-se para concordar com o sujeito (singular em 3; plural em 4).

Um caso especial é o uso do particípio passado, que, por poder atuar na oração como substantivo ou adjetivo, pode flexionar-se em gênero e número, devendo-se, portanto, adequar-se ao sujeito. Veja:

(5) O móvel será comprado até o final do ano.

(6) Os móveis serão comprados até o final do ano.

Em (6), perceba que não apenas o verbo auxiliar recebeu a desinência de número indicando plural, mas o verbo principal, conjugado no particípio passado, também.

Quais são os verbos auxiliares?

Segundo Celso Cunha (2017, p. 409), os verbos auxiliares de mais uso são os seguintes:

  • Ter ou haver, empregados com:
    • O particípio do verbo principal, formando, assim, os tempos compostos na voz ativa, indicando um fato acabado, repetido ou contínuo:
      • Tenho comido frutas todos os dias.
    • O infinitivo do verbo principal, antecedido pela proposição “de”, exprimindo, assim, obrigatoriedade ou firme propósito de se realizar determinado fato:
      • Tenho de comprar frutas no mercado.
      • Hei de conseguir parar de fumar!
  • Ser, empregado com:
    • O particípio do verbo principal, formando, assim, os tempos compostos na voz passiva de ação:
      • As frutas são colhidas todos os dias.
  • Estar, empregado com:
    • O particípio do verbo principal, formando, assim, os tempos compostos na voz passiva de estado:
      • Estou saciado com as frutas que comi.
    • O gerúndio, ou com o infinitivo do verbo principal antecedido pela preposição “a”, para indicar uma ação durativa/continuada:
      • Estou morando no centro da cidade.
      • Estou a morar no centro da cidade.
    • O infinitivo do verbo principal, antecedido pela preposição “para”, indicando a iminência de um acontecimento ou o intuito de se realizar a ação expressa pelo verbo principal:
      • Gabriela está para ganhar o bebê.
      • Há dias que estou para lhe contar as novidades.
    • O infinitivo do verbo principal, antecedido pela preposição “por”, indicando uma ação que já deveria ter sido realizada, mas que, por alguma razão, não o foi:
      • O meu chefe está por chegar.

Classificação dos verbos auxiliares

Os verbos auxiliares podem ser classificados em: verbos auxiliares de tempo, modais ou aspectuais/curativos. Vejamos cada um deles.

Verbos auxiliares modais

Indicam com mais detalhes a maneira como a ação do verbo principal ocorre, apontando possibilidade, obrigatoriedade, vontade, intenção, esforço etc. Alguns exemplos de verbos auxiliares modais são:

  • Dever
    • Meu pai deve chegar em breve.
  • Poder
    • Sem problemas, eu posso esperar alguns minutos.
  • Precisar
    • Eu preciso encontrar meus óculos.
  • Querer
    • Eu quero viajar para a Bahia.

Verbos auxiliares aspectuais/acurativos

Indicam o aspecto da ação do verbo principal, acrescentando informações a respeito da duração da ação, ou seja, se ela está concluída, começando etc. Alguns deles são:

  • Continuar
    • Continuarei procurando meus óculos.
  • Começar a
    • Começarei a estudar naquela escola ano que vem.
  • Acabar de
    • Acabei de chegar do trabalho.

Verbos auxiliares de tempo

Acrescenta ao verbo principal noções de tempo. Os principais são:

  • Andar
    • Seguido pelo verbo principal no gerúndio, indicando uma ação passada que se estende para o presente.
      • Eu ando procurando por você desde que nos conhecemos.
  • Ter/haver
    • No presente do indicativo, seguido do verbo principal no particípio, indica uma ação começada no passado que se estende para o presente.
      • Ele tem insistido para eu voltar com ele desde o ano passado.
    • No pretérito imperfeito do indicativo, seguido do verbo principal no particípio, formando o pretérito mais-que-perfeito composto, indicando uma ação que ocorreu antes de outra no passado.
      • Ele já tinha terminado de comer quando sua namorada chegou.
  • Estar
    • Acompanhado do gerúndio, indicando uma ação momentânea, que pode se estender para o futuro.
      • Estarei ligando para você em breve.
  • Ir
    • No presente do indicativo, seguido pelo verbo principal no infinitivo, indicando futuro do presente composto.
      • Eu vou esperar por você.
    • No pretérito imperfeito do indicativo, seguido pelo verbo principal no infinitivo, indicando uma ação planejada, mas não realizada.
      • Ele ia vir, mas desistiu da ideia.

Formado em Letras Português/Inglês pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), com foco em Teoria da Literatura, Literatura Brasileira, Poesia e Tradução, é editor da WebGo Content e tem experiência com revisão, redação para web e gerenciamento de pessoas.

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