Carlos Magno – Quem foi? Biografia e Principais feitos

Carlos Magno é um dos reis mais famosos e importantes da história europeia. Reinando entre 768 e 814, expandiu os domínios francos por meio de inúmeras conquistas militares, levando o reino ao seu auge.

Como católico, lutou fervorosamente contra o paganismo no continente europeu, levando muitos povos a se converterem ao cristianismo, tornando-se um grande aliado e protetor da Igreja Católica. Por essa razão, foi coroado pelo próprio papa como imperador do Sacro Império Romano Germânico.

Juventude

Carlos Magno nasceu na família mais poderosa da França na época. Era neto de Carlos Martel, famoso por ser o responsável pela derrota dos árabes na Batalha de Poitiers, em 732, (batalha esta que impediu que os árabes expandissem seu domínio para a França), e filho de Pepino, o Breve, primeiro rei da Dinastia que viria a ser conhecida como Carolíngia.

Não se sabe ao certo a data e nem o local de seu nasceu. A data mais aceita é 2 de abril de 742. As informações sobre sua juventude também são escassas. Era o filho mais velho de Pepino, o Breve, rei dos Francos, e Berta de Laon.

Em 768, o rei Pepino morre e o reino é dividido entre Carlos e seu irmão Carlomano, que morre precocemente três anos depois, deixando Carlos como único comandante do reino.

O governo de Carlos Magno

As Campanhas Militares

O governo de Carlos foi marcado por longas campanhas militares que visavam aumentar o poder e o domínio dos francos, e também pela iniciativa de expandir a fé cristã pelos territórios conquistados.

Uma dessas campanhas foi contra os saxões, povo germânico que vivia na região centro-norte da atual Alemanha. A guerra entre eles durou mais de 30 anos e, como desfecho, a Saxônia foi incorporada ao reino, e o povo saxão convertido à força.

Também, invadiu a Baviera e empreendeu campanhas contra os frísios, aquitanos e árabes, neste caso, sem muito sucesso. Em uma dessas expedições contra os árabes na Península Ibérica, a vanguarda do seu exército foi massacrada pelos bascos, na região montanhosa dos Pirineus. O episódio deu origem à Canção de Rolando, um poema épico escrito no século XI, que é considerado uma das mais antigas canções de gesta escritas em francês antigo.

A campanha mais significativa foi, sem dúvida, contra os Lombardos, no norte da Itália. Os Lombardos, povo de origem germânica que havia se estabelecido no norte da Itália em 568, viviam em conflito com a Igreja Católica, ameaçando os territórios da igreja, e invadindo Roma.

A igreja Católica tinha boas relações com os francos, pois o pai de Carlos, Pepino, foi coroado rei com ajuda do papa. Dessa forma, atendendo a um pedido de socorro, Carlos e seus exércitos invadem o norte da Itália.

Em 774, os Lombardos são derrotados, e Carlos se declara Rei desses, anexando o território aos seus domínios. Para honrar seu compromisso com a igreja, Carlos garantiu a posse dos territórios centrais da Itália por parte da igreja, dando início aos chamados Estados Pontifícios.

Por sua vez, a igreja agraciou Carlos Magno com o título de Sacro Imperador Romano Germânico, título que o colocava na posição de herdeiro do Império Romano e de protetor e aliado da igreja.

As Reformas Administrativas

Para facilitar a administração do seu vasto território, Carlos criou um sistema no qual o reino era administrado pelos Condes, Duques e Marqueses. O Conde era responsável pela cobrança de impostos e multas e também pelo cumprimento as leis. Os Duques eram responsáveis pelas questões militares, enquanto os marqueses cuidavam das marcas, as fronteiras do reino. A atuação deles era fiscalizada pelos “Missi Dominici”, emissários do rei, responsáveis por monitorar os funcionários, observar os possíveis abusos e relatar ao rei tudo o que acontecia.

Além das medidas administrativas, Carlos Magno fez uma revisão sistemática das leis, bem como propôs reformas de cunho moral tanto para a Igreja quanto para os homens (com forte repressão para aqueles que não as seguiam). Também criou espaços destinados a centros de estudos, a princípio reservados em catedrais e monastérios, onde era ensinado aritmética, geometria, astronomia, música, gramática, retórica e dialética e literatura cristã.

Outra grande reforma administrativa feita por Carlos Magno foi a fixação da cidade de Aix (atualmente Aachen, na Alemanha) como capital do seu império, que lhe permitiu criar uma conjuntura política favorável à administração do reino, estabelecendo parte da aristocracia naquele local, evitando, dessa forma, fazer longas e cansativas viagens sempre que um problema surgisse.

Morte e legado

Carlos Magno morreu em 814, deixando um grande império como o centro de poder na Europa, responsável por modificar o mapa político do continente. Embora o Império tenha se fragmentado após o Tratado de Verdun, que dividiu o território entre seus netos. Seu legado continua até hoje, pois o seu governo criou as bases para o surgimento de duas grandes nações europeias: França e Alemanha.

Bacharel em História pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

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