Foca – Características físicas, Comportamento, Habitat, Alimentação e Reprodução

O grupo das focas contém 32 espécies. São mamíferos marinhos que habitam principalmente águas geladas. Esses animais podem ser divididos em dois grupos: as focas verdadeiras, que pertencem à família Phocidae, e as focas “com orelhas”, da família Otariidae, ou simplesmente “otárias”.

Nesse último grupo, encontram-se os leões-marinhos. As focas são animais menos adaptados à vida marinha do que os cetáceos e dependem da terra para vários fatores da sua vida, como para a reprodução. Algumas espécies desse grupo são: Foca-caranguejeira (Lobodon carcinophaga), Nerpa (Pusa sibirica), Foca-barbuda (Erignatus barbatus) e Foca-anelada (Pusa hispida).

Infelizmente, a caça diminuiu bastante a população de diversas espécies de focas nos séculos passados. Atualmente, as mudanças climáticas ameaçam fortemente o habitat dessas espécies, em função do degelo das calotas polares. Além disso, a poluição dos oceanos, como derramamento de petróleo e poluição plástica, também ameaça a sobrevivência.

Confira, abaixo, mais detalhes sobre esses animais marinhos e suas características físicas e comportamentais.

Características físicas da foca

As focas apresentam uma grande variação em tamanho corporal. Elas podem medir entre 1,2, como a Phoca sibirica, e 6,5 metros de comprimento, como o leão-marinho Mirounga leonina. Já o peso varia entre 90 quilos e 3,6 toneladas.

Seu corpo é hidrodinâmico, adaptado para a vida marinha. Também é roliço na parte central e afunilado nas extremidades. A pele é grossa, por conta de uma camada de gordura, que funciona como isolante térmico. A coloração da pelagem pode ser marrom, preta ou cinza.

No caso das focas “sem orelhas”, elas apresentam orelhas internas, enquanto as focas verdadeiras apresentam orelhas externas, visíveis, e um pescoço grosso e peludo.

Elas ainda contam com dois pares de nadadeiras utilizadas para nadar e que podem ser dobradas para caminhar em terra firme. Algumas espécies, no entanto, não conseguem utilizá-las para caminhar, e precisam se deslocar com a barriga.

Comportamento

As espécies da costa dos oceanos são geralmente sedentárias, realizando migrações regulares. Esses animais são capazes de mergulhar até profundidades de 250 metros e permanecer embaixo da água por até meia hora. No entanto, não são boas nadadoras.

Habitat

São encontradas em mares de todo o mundo, mas são mais abundantes nos polos Norte e Sul. Assim, podem ser vistas em mar aberto ou na costa. Todas as espécies podem ser encontradas em ilhas, praias ou no gelo, em busca de terra firme.

Alimentação

As focas são carnívoras. Sua dieta é composta principalmente por peixes, mas podem consumir também lulas, moluscos e até pinguins.

Reprodução

A reprodução é anual e ocorre em terra firme, por exemplo, nas praias ou no gelo. A maioria das espécies forma pares durante a estação reprodutiva, mas algumas, como os machos da foca-cinzenta (Halichoerus grypus) e os elefantes-marinhos, formam hárems. Nesses casos, ocorrem brigas pelas fêmeas e pelo território.

O período gestacional dura cerca de 11 meses. As fêmeas podem engravidar novamente assim que dão à luz. Elas permanecem em terra firme e não se alimentam enquanto precisam amamentar os filhotes. Seu leite contém cerca de 50% de gordura, o que favorece o rápido desenvolvimento das crias.

Curiosidades

Os maiores predadores desses animais já foram os seres humanos. Atualmente, seus predadores naturais são baleias assassinas, ursos polares e grandes espécies de tubarões.

As focas também já foram muito perseguidas pelos humanos, principalmente durante século XIX, por conta de sua carne, seu óleo e seu pelo. Essas partes eram massivamente comercializadas ilegalmente para produção de produtos comerciais.

Muitas espécies só deixaram de ser extintas por conta de regulações internacionais assinadas no período. Além disso, após a Segunda Guerra Mundial, o comércio perdeu força e as populações conseguiram se manter.

Pesquisa

As focas já foram até mesmo utilizadas em pesquisas de monitoramento dos oceanos polares. Em 2004 foi lançado o projeto Marine Mammals Exploring the Oceans Pole-to-pole (MEOP), ou Animais marinhos exploram os oceanos de Polo a Polo.

A pesquisa consiste em acoplar sensores a focas que costumam habitar esses oceanos. Para instalar os sensores, as focas são capturadas e imobilizadas; após, são acoplados aos aparelhos na cabeça desses animais, que não são machucados durante o procedimento. Os sensores conseguem então captar informações a uma profundidade de até 1800 metros. Os dados são principalmente sobre a salinidade e temperatura das águas. As informações coletadas são enviadas via satélite e os sensores se soltam do animal de maneira automatizada.

Bacharel e Licenciada em Ciências Biológicas pela USP (2016 e 2018), tem 25 anos e é apaixonada pela natureza e por explorar o mundo. Quando não está se aventurando por aí, gosta de aquietar as pernas com livros e séries.

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