São três as formas nominais do verbo: o infinitivo, o gerúndio e o particípio. Neste artigo do Gestão Educacional, você aprenderá o que são formas nominais e no que consiste cada uma delas, de forma bem detalhada e cheia de exemplos. Sem mais delongas, vamos às explicações!
As formas nominais são tipos especiais de conjugação do verbo. Diferentemente do que ocorre no modo indicativo, subjuntivo e imperativo, em que o verbo sofre flexões de tempo e modo, nas suas formas nominais, o verbo não sofre flexão nem de tempo nem de modo.
Quando lemos, por exemplo, o seguinte verbo: “andei”. Lendo apenas ele e nada mais, já podemos tirar algumas conclusões: trata-se da primeira pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo. Como chegamos à essa conclusão? Porque o verbo em questão apresenta a desinência -ei, que indica justamente isso daí. Ou seja, a partir da desinência do verbo podemos identificar o tempo (pretérito perfeito), o modo (indicativo) e mais algumas informações, como o número (singular) e a pessoa (primeira pessoa).
Agora, se lermos o seguinte verbo: “andando”. O que poderíamos concluir? Apenas que o verbo em questão está na forma nominal do gerúndio.
Apenas por ele, não conseguimos determinar nem o tempo nem o modo, pois ele pode aparecer, sem sofrer alterações em sua estrutura, como:
Isso porque, nas formas nominais (e o gerúndio é uma das formas nominais do verbo, como veremos), o tempo e o modo dependem do contexto em que o verbo aparece. Só conseguimos determinar, por exemplo, que “tiver andado” está no futuro do subjuntivo pelo uso do verbo “ter” conjugado no futuro do subjuntivo. O verbo no gerúndio, por si só, não nos permite tirar essas conclusões, uma vez que não expressa nem tempo nem modo.
São três as formas nominais do verbo: o infinitivo, o gerúndio e o particípio.
O infinitivo expressa a ação de forma genérica, sem especificar o modo ou o tempo, indicando a ação em si ou a ideia por trás da ação, o que faz com que ele se aproxime do papel que um substantivo exerce.
Na língua portuguesa, o infinitivo é o lema (ou lexia), ou seja, a forma canônica/principal do verbo. Nos dicionários, por exemplo, os verbos são listados em suas formas no infinitivo. Outro exemplo é o fato de definirmos a vogal temática de um verbo analisando a sua forma no infinitivo.
O infinitivo pode ser:
O gerúndio indica ações ainda em processo, ou seja, prolongadas ou em desenvolvimento, e é formado pelo acréscimo da desinência -ndo ao verbo. Na oração, ele exerce um papel equivalente aos papéis exercidos pelos advérbios ou adjetivos.
São várias as funções do gerúndio, como indicar uma circunstância adverbial (causa, tempo, modo etc.), fazer o papel de um adjetivo, como predicativo ou aposto do sujeito, dentre outras.
O gerúndio pode ser:
O particípio, por sua vez, indica o resultado/a conclusão do processo verbal. Ele é usado nos tempos verbais compostos e na voz passiva. Alguns linguistas consideram a existência de dois particípios: particípio presente e particípio passado. Porém, como a maioria deles reconhece a existência apenas de um no português contemporâneo, o particípio passado, é dele que trataremos aqui.
Na oração, o particípio pode desempenhar papel de substantivo, adjetivo ou advérbio, podendo até mesmo receber a desinência -a (de feminino) e a -s (de plural). Apesar disso, ele nunca se flexiona em pessoa.
Alguns verbos podem ter mais de um particípio: um curto (irregular) e um longo (regular). Verbos que possuem dois particípios são chamados “verbos abundantes”. É o caso, por exemplo, de “gastar”, que tem como particípio curto “gasto” e longo “gastado”.
O que determina o particípio a ser escolhido é o verbo auxiliar. Quando o verbo auxiliar é “ser” ou “estar”, em voz passiva, o particípio precisa ser o curto/irregular (“O meu sapato já estava gasto”). Já quando o verbo auxiliar é “ter” ou “haver, o particípio precisa ser o longo/regular (“Eu tinha gastado 100 reais”).
O particípio curto, chamado regular, possui a terminação -ADO ou -IDO. Confira os exemplos:
Já o particípio longo, chamado irregular, não possui terminação específica (o que o torna “irregular”). Veja alguns exemplos:
Alexandre Garcia Peres, formado em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), gosta de arte, literatura, língua portuguesa, poesia e do seu gato.
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