História Moderna – O que é? Principais Eventos e Datas

História Moderna é o ramo dentro da História que estuda o período localizado entre o fim da Idade Média, normalmente marcado pela conquista de Constantinopla pelos turcos-otomanos, em 1453 d.C., e a Revolução Francesa, iniciada em 1789. Embora seja a classificação mais utilizada, outros historiadores preferem apontar outros marcos, iniciais e finais, para o período.

Visto, sobretudo, como um momento de transição entre as sociedades feudais e as sociedades capitalistas, a Idade Moderna é marcada pelo chamado Renascimento cultural, pelo colonialismo praticado pelas nações europeias (graças às Grandes Navegações), por movimentos que contestavam o poder dos monarcas e da igreja e, finalmente, pelos primeiros passos na direção do que viria a ser chamado de Revolução Industrial.

Alguns dos principais acontecimentos, e que são peças fundamentais para se entender o período e as mudanças que nele aconteceram são os listados a seguir. Confira!

Renascimento

Antes mesmo da queda de Constantinopla, já existia, na Europa, um movimento que buscava uma revalorização das referências da Antiguidade Clássica, um gradual abrandamento da influência do dogmatismo religioso e místico sobre a cultura e a sociedade, e uma crescente valorização da racionalidade, das artes, das ciências e da natureza.

Surgido na Itália, e espalhando-se pela Europa posteriormente, o Renascimento (em referência ao renascimento da cultura clássica greco-romana) colocava o ser humano como ponto central de reflexão, sendo, por esse motivo, também chamado de Humanismo.

Grandes Navegações

No século XV, o comércio se tornou uma importante fonte de renda para as nações europeias. Produtos como seda, incenso e especiarias eram importantes tanto para uso interno, como para a venda, e a maior parte desses produtos só existiam no Oriente. Com a navegação no mediterrâneo sob o controle das Cidades-estados de Gênova e Veneza, e com o bloqueio da passagem pelo Estreito de Bósforo pelos turcos-otomanos, após a Conquista de Constantinopla, os produtos ficaram ainda mais caros, tornando inviável o comércio por esses caminhos.

Era urgente encontrar rotas alternativas para que o comércio no Oriente pudesse ser realizado a contento, e nesse sentido vários navegadores se lançaram ao mar na busca por essas rotas. Como consequência, as nações europeias encontraram não só novas rotas, mas continentes até então desconhecidos para os europeus, que passaram a explorar o potencial econômico dessas regiões, espalhando a cultura, a língua e os costumes da Europa ao redor do globo.

Reforma Protestante

A Reforma Protestante foi um movimento reformista cristão, liderado por Martinho Lutero e simbolizado pela publicação de suas 95 Teses em 31 de outubro de 1517, na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg. A reforma tinha como motivações os abusos do clero (entre eles a venda de indulgências), e propunha um retorno às escrituras sagradas a partir de uma série de reformas no catolicismo romano.

O movimento iniciado por Lutero recebeu apoio de vários nobres e religiosos, provocando uma verdadeira revolução religiosa na Europa, começando pelos territórios do Sacro Império Romano Germânico e estendendo-se para vários outros países.

A Igreja Católica Romana respondeu com a Contrarreforma, um movimento que reafirmava a autoridade papal e tentava conter os estragos causados pelos reformistas, mas que não conseguiu impedir a divisão da chamada Igreja do Ocidente entre os católicos romanos e os reformados ou protestantes, originando o protestantismo.

Guerra de Independência Norte-americana

Conflito que pôs fim à possessão inglesa nos territórios que viriam a se tornar os Estados Unidos da América. Teve como motivos, sobretudo, medidas econômicas adotadas pela coroa britânica, consideradas extremamente impopulares e injustas, que aumentaram ainda mais a insatisfação por parte da população das colônias, levando a uma inevitável guerra de independência vencida pelos norte-americanos.

Como resultado, além de dar fim ao domínio britânico na América do Norte e permitir o surgimento daquela que é a maior potência política e econômica do mundo atual, a guerra também serviu como motivação para outros conflitos que questionavam os antigos regimes absolutistas, como a Revolução Francesa.

Revolução Francesa

Um dos eventos mais estudados e, ao mesmo tempo, mais complexos de todo o período moderno. Os franceses chocaram a Europa quando, em 21 de janeiro de 1793, decapitaram o rei Luís XVI, mas também pela violência que acometeu o país após o fim da monarquia, quando inúmeros grupos rivais começaram uma sangrenta disputa pelo poder, que muitas vezes terminava com cabeças cortadas ao pé da guilhotina.

Mesmo que a monarquia tenha sido restaurada 23 anos depois, a semente de uma nação republicana e livre da figura de um monarca foi plantada, não só na França, mas em várias nações europeias.

Bacharel em História pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

Deixe seu comentário