Mito da Caverna – O que Platão quis representar?

Descubra o significado do "Mito da Caverna", também chamado "Alegoria da Caverna", um dos textos mais famosos do filósofo grego Platão.

O Mito da Caverna é uma das metáforas mais importantes da nossa história, pois é debatida e atualizada até para as situações de hoje. Entenda neste texto um pouco mais sobre o assunto e o que Platão quis representar nesta obra.

Quem criou o Mito da Caverna?

O Mito da Caverna, que também pode ser visto como “Alegoria da Caverna”, foi criado por Platão, no livro A República. Estima-se que a obra foi produzida entre 380 e 370 a.C.

Platão foi um filósofo e matemático da Grécia Antiga. Era discípulo de Sócrates e se tornou o primeiro teórico idealista. Foi autor de diversos diálogos filosóficos, abordando temas como política, justiça, amor e muito mais.

A filosofia desenvolvida por Platão traz um contraponto aos sofistas, os quais se voltavam muito mais para ensinar as habilidades de oratória, mas com ideias relativistas. Assim, não levavam em conta conceitos como os de verdade, justiça ou beleza, por exemplo.

Os sofistas e a filosofia de Platão

Os sofistas eram responsáveis por treinar os jovens para sua participação na Pólis, unidade administrativa grega que seria correspondente ao Estado. Os homens que administravam e tomavam as decisões precisavam ser capazes de argumentar, de convencer, sem muitas preocupações com uma formação moral ou virtuosa.

Já para Platão era importante estabelecer conceitos universais, a partir de elementos da realidade que fossem imutáveis e ideais. O filósofo, então, diferenciou o Mundo dos Sentidos (ou das Sombras) e o Mundo das Ideias.

O Mundo das Sombras é aquele em que seres humanos vivem, imperfeito e impreciso. Os valores desse mundo seriam meras sombras da realidade perfeita e imutável. O Mundo das Ideias, por sua vez, é onde estão os valores perfeitos e a razão universal. É essa a conceituação que Platão descreve no Mito da Caverna.

O que é o Mito da Caverna?

Trata-se de uma obra, narrada por Platão, que traz um diálogo entre Glauco e Sócrates.

No texto, há uma metáfora em que prisioneiros, em uma caverna desde a infância, fazem uma ideia do que seria o Mundo através das sombras produzidas na luz das chamas e que são as únicas coisas que eles conseguem ver.

Porém, na história, um dos prisioneiros, ao se libertar, descobre que aquelas sombras eram na verdade apenas cópias imperfeitas e muito limitadas em comparação com a imensidão do Mundo Real. Neste momento, este prisioneiro entra em conflito, indagando se o correto a se fazer seria contar para os outros prisioneiros ou se isso seria algo além de suas compreensões, correndo risco até de ser morto por ser julgado como louco.

Qual o significado do Mito da Caverna?

Mais importante do que saber o que foi o Mito da Caverna é compreender o que Platão quis representar. Afinal, o foco não era falar sobre homens presos em uma caverna. Como já dito, isso era apenas uma metáfora.

O objetivo era questionar como as pessoas podem fazer interpretações falsas, exatamente por não terem o conhecimento de fato, e como as pessoas responsáveis por levar esses saberes podem ser enxergadas como as loucas, mentirosas ou erradas. Na obra, Platão aponta a importância do pensamento com senso crítico, da razão e livre de preconceitos, para assim chegar ao conhecimento verdadeiro.

O Mito da Caverna hoje

O texto do Mito da Caverna é tão importante que é útil até para o debate atual, podendo ser enxergado na pressa para se acreditar na primeira informação que chega através de uma mídia social ou que foi contada por alguém.

Além disso, lembra também que a preguiça de buscar conhecimento, mesmo com tantas possibilidades de informação, impede de se alcançar uma verdadeira libertação, e que pessoas que tentam levar este conhecimento para outras são julgadas como erradas.

Interpretações e Aplicações

Por ser uma alegoria sobre razão e conhecimento verdadeiro, o Mito da Caverna permite diversas interpretações sobre como a visão humana pode ser limitada, direcionada ou até mesmo enganada. Também se pode aplicar essa narrativa nas discussões sobre a importância da educação e do conhecimento para que o ser humano veja além das sombras e conheça o mundo real.

É possível utilizar a história para discutir vieses, estratégias de manipulação usadas para convencer grandes grupos de pessoas em determinados momentos históricos e o papel das ideologias na forma como indivíduos enxergam o mundo.

 

Formado em Jornalismo e História, trabalho com comunicação há mais de 10 anos. Passei por editoras, jornais e diversos sites da área. Tenho também o projeto Outro Lado da História, que vista contar a história brasileira com no ponto de vista do povo e sem fake news.

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