O que é um verbo? Para que ele serve? Como ele flexiona? Conjugação verbal!

O verbo é a classe de palavra que mais possui variações de forma, por conta das inúmeras flexões que sofre para indicar pessoa, número, tempo, modo, voz ou aspecto.

Neste artigo, você verá todas as informações a respeito do verbo, desde o que ele é até as diversas classificações que ele tem. Só aqui, no Gestão Educacional!

O que é um verbo?

O verbo é uma classe de palavra responsável por indicar um fato, um acontecimento, ou seja, algo que se passa com os seres (ou em torno deles) em determinado período de tempo.

Veja alguns exemplos:

  • Maria viajou para São Paulo;
  • Choveu bastante hoje;
  • A criança está dormindo.

Como saber o que é um verbo?

Em uma oração, é fácil determinar qual palavra é um verbo:

É a palavra que indica acontecimentos representados no tempo, como um estado, um ação, um fenômeno ou um processo.

Como identificar o verbo principal?

Uma oração pode ter um ou mais verbos, dependendo do seu contexto.

Basicamente, para saber qual é o verbo principal basta lembrar que ele terá significação plena, isto é, o verbo principal será o núcleo da oração.

Quantos e quais são os tempos verbais?

Como comentado, o verbo possui diversas flexões: flexiona-se em pessoa, número, tempo, modo, voz e aspecto. Confira cada uma delas, com uma breve explicação, a seguir.

Lembrando que um verbo possui 3 tempos verbais (presente, pretérito e futuro) e 3 modos verbais gerais (indicativo, subjuntivo e imperativo).

Número

A flexão de número é a responsável por indicar, como o nome sugere, o número do verbo, ou seja, se ele está no singular ou no plural. Está no singular quando se refere a uma única pessoa/coisa e no plural quando se refere a duas ou mais. Exemplo:

  • Singular: Andou;
  • Plural: Andaram.

Pessoa

Responsável por indicar a pessoa à qual o verbo está concordando, podendo ser:

  • Aquela que fala, ou seja, a 1ª. pessoa: eu (singular) e nós (plural);
  • Aquela com quem se fala, ou seja, a 2ª. pessoa: tu (singular) e vós (plural);
  • Aquela de quem se fala, ou seja, a 3ª. pessoa: ele, ela (singular) e eles, elas (plural).

Modo

Diz respeito à maneira como se utiliza o verbo, ou seja, à significação que damos para ele (podendo ser, por exemplo, de certeza, dúvida, suposição, mando etc.). Há, no português, três modos:

  • Indicativo: indica ações que provavelmente ou com certeza acontecerão;
  • Subjuntivo: indica ações das quais ainda temos dúvidas/incertezas se acontecerão ou não;
  • Imperativo: expressa ordens, pedidos, desejos, súplicas etc.

Há, ainda, outros modos, as chamadas formas nominais do verbo: infinitivo, particípio e gerúndio, mas eles atuam mais como substantivo na oração.

Tempo

Responsável por indicar, obviamente, o tempo, ou seja, o momento do acontecimento ao qual o verbo se refere. Pode ser:

Do indicativo:

  • Presente: ando.
  • Pretérito:
  • Pretérito imperfeito: andava;
  • Pretérito perfeito: andei;
  • Pretérito mais-que-perfeito: andara.
  • Futuro:
  • Futuro do presente: andarei;
  • Futuro do pretérito: andaria.

Do substantivo:

  • Presente: ande.
  • Pretérito:
  • Pretérito imperfeito: andasse;
  • Pretérito perfeito: tenha/haja andado;
  • Pretérito mais-que-perfeito: tivesse/houvesse andado.
  • Futuro: andar.

Do imperativo:

  • Presente:
  • Tu: anda (tu);
  • Você: ande (você);
  • Nós: andemos (nós);
  • Vós: estudai (vós);
  • Vocês: estudem (vocês).

Aspecto

O aspecto diz respeito ao ponto de vista do locutor a respeito da ação expressa pelo verbo, ou seja, se ela está concluída ou não-concluída. O verbo pode ter as seguintes distinções:

  • Aspecto perfectivo: quando a ação está totalmente concluída, com o começo, o meio e o fim da ação bem delimitados:
    • João comeu o bolo no café da manhã.
  • Aspecto imperfectivo: quando a ação não está totalmente concluída, sendo difícil identificar o começo, o meio e o fim da ação:
    • João estava comendo o bolo.
  • Aspecto pontual: quando a ação foi momentânea, curta, realizando-se num instante:
    • João comeu o bolo numa mordida.
  • Aspecto durativo: quando a ação é contínua, exigindo uma extensão maior de tempo:
    • Depois de meia-hora, João continua a comer o bolo.
  • Aspecto contínuo: quando a ação é continuada:
    • João come bolo todo dia.
  • Aspecto descontínuo: quando a ação foi reiniciada por conta de uma interrupção no passado:
    • João voltou a comer bolo todo dia.
  • Aspecto incoativo: quando o processo da ação está em sua fase inicial:
    • João começou a comer o bolo.
  • Aspecto cursivo: quando o processo da ação está em seu desenvolvimento:
    • João está comendo o bolo.
  • Aspecto conclusivo/terminativo: quando o processo da ação está em sua fase final:
    • João terminou de comer o bolo.

O aspecto também é responsável pelas seguintes distinções:

  • Forma simples: sem ocorrer a chamada perífrase verbal (junção de dois ou mais verbos):
    • Ando.
  • Perífrase durativa: ocorrendo a perífrase verbal, indicando, nesse caso da durativa, que a ação ainda está a acontecer (como no exemplo da forma simples, mas mais desenvolvida, com mais termos):
    • Estou a andar/ estou andando.
  • Ser: formando a passiva de ação (no exemplo abaixo, a ação de ser ferido):
    • João foi ferido.
  • Estar: formando a passiva de estado (no exemplo abaixo, a de estar [em estado de] ferido):
    • João está ferido.

Vozes

As vozes são responsáveis por indicar a relação que há entre o sujeito e a ação expressa pelo verbo. O verbo pode ter:

  • Voz ativa: quando a ação é praticada pelo sujeito:
    • Pedro (sujeito) retirou João da festa;
  • Voz passiva: quando o sujeito sofre a ação:
    • João (sujeito) foi retirado da festa por Pedro;
  • Voz reflexiva: quando o sujeito tanto pratica quanto sofre a ação:
    • João (sujeito) retirou-se da festa.

O que é conjugação verbal?

Chama-se conjugação o ato de enunciar o verso em suas diversas formas, levando-se em consideração o modo, o tempo, o número, a pessoa e a voz.

Os verbos do português são distribuídos em três conjugações diferentes, e o que define cada uma delas é a vogal temática do verbo – veja este artigo sobre a estrutura das palavras para compreender o que é vogal temática, clicando aqui:

  • 1ª. conjugação: são considerados da primeira conjugação os verbos que possuem a vogal temática -a-:
    • Brincar, cantaste, roubaram, falasse;
  • 2ª. conjugação: são considerados da segunda conjugação os verbos que possuem a vogal temática -e-:
    • Vender, entendera, cedessem, volveram;
  • 3ª. conjugação: são considerados da terceira conjugação os verbos que possuem a vogal temática -i-:
    • Partir, sentiram, sorrirem, abrira;

A esta ordem fixa, este modelo comum de conjugação, agrupando os verbos em 1ª., 2ª. e 3ª conjugação com base numa mesma recorrência, dá-se o nome paradigma. Os verbos que seguem esse paradigma, não sofrendo alterações no radical, são chamados regulares, pois possuem a mesma forma na conjugação; os que se afastam, são chamados irregulares, como veremos agora.

Como os verbos são classificados?

Quanto à classificação, os verbos são classificados, de acordo com a flexão, em:

  • Regulares: os verbos são regulares quando seguem o paradigma das três conjugações (1ª., 2ª. e 3ª.), não sofrendo alterações no radical;
    • Amar: amo, amas, ama, amamos, amais, amam, amava, amavas…
  • Irregulares: quando, ao serem conjugados, não seguem o modelo de conjugação, sofrendo alterações no radical:
    • Dizer: digo, dizes … disse, disseste … diria, dirias…
  • Defectivos: quando, ao serem conjugados, não possuírem conjugação completa:
    • Como falir, que, no presente do indicativo, só possui forma para: “nós falimos” e “vós falis”.
  • Abundantes: quando possuem duas ou mais formas equivalentes:
    • Como aceitar, que possui, para o particípio passado, tanto “aceitado” quanto “aceito”, estando ambas as formas corretas;
  • Anômalos: quando possuem irregularidades profundas, muito mais que os irregulares, a ponto de não se enquadrarem em nenhuma outra classificação;
    • Como Ser: sou, és, é, somos, sois, são, era, eram … fui, foste….

Formado em Letras Português/Inglês pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), com foco em Teoria da Literatura, Literatura Brasileira, Poesia e Tradução, é editor da WebGo Content e tem experiência com revisão, redação para web e gerenciamento de pessoas.

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