É sabido que, infelizmente, muitos jovens saem da escola com dificuldades para escrever textos coerentes e adequados, especialmente quando os escritos exigem um certo grau de formalidade. Muitas vezes, tais dificuldades também afetam a oralidade.
Saber se comunicar bem e produzir textos escritos e orais de qualidade pode abrir muitas portas. Infelizmente, a escola tenta preparar os alunos nessa questão apenas com exercícios mecânicos e sem relevância prática. Escreve-se apenas para um leitor (o professor), cuja leitura não tem um propósito a não ser o de atribuir uma nota. Cria-se, no estudante, a falsa impressão de que a produção de textos tem apenas esse propósito – quando sabemos muito bem que não tem.
Escrever é, antes de mais nada, um exercício mental, que envolve organizar, resumir, articular e selecionar ideias, pontos de vista, argumentos, opiniões, etc. para construir textos representativos das várias atividades comunicativas das quais participamos durante nosso dia a dia.
No artigo de hoje, daremos algumas dicas sobre escrita, especialmente de um gênero em particular: o artigo de opinião.
O artigo de opinião é um gênero muito importante na vida em sociedade, uma vez que permite o diálogo e a troca de opiniões e argumentos entre diferentes interlocutores. O que está realmente em pauta neste gênero é a opinião e o posicionamento de quem o escreve. Entretanto, geralmente quem o produz busca reunir opiniões de especialistas no assunto para incrementar seu ponto de vista, dando-lhe mais credibilidade.
Geralmente, o assunto debatido é controverso, e por isso mesmo gera debates e uma multiplicidade de posicionamentos. Os temas podem passar por áreas da política, economia, saúde, tecnologia, de esportes, etc.
O tamanho de um artigo de opinião varia bastante, dependendo do veículo em que ele será publicado. Em jornais, impressos ou não, eles costumam variar de meia a uma página. O mesmo vale para revistas, que frequentemente publicam opiniões de leitores sobre determinado assunto.
A linguagem utilizada também varia bastante. Se o artigo de opinião for publicado em uma revista que debate temas mais sérios, a linguagem exigida pode ser mais formal do que aquela exigida por revistas cujo propósito é mais o de entreter. De maneira geral, as variações de linguagem dependem muito, também, do estilo de escrita de cada. O importante é saber adequar a sua escrita às exigências do contexto.
Geralmente, o tempo verbal utilizado para se escrever um artigo de opinião é o presente do indicativo, uma vez que é no presente que você está emitindo seu parecer. Porém, caso seja necessário recorrer a dados, argumentos, informações ou acontecimentos passados, faz-se necessário usar o pretérito.
Esse é outro detalhe que causa bastante dúvida em quem pretende ou precisa escrever um artigo de opinião. As duas opções são válidas: é possível tanto usar a primeira pessoa (eu acho que…, eu acredito que…) quanto a impessoalidade (é possível perceber que…, vale observar que…).
O que muitos argumentam é que, por ser um artigo de opinião, é óbvio que o que está sendo tratado é a opinião de quem está escrevendo, podendo ser desnecessário explicitar a primeira pessoa. Mas, isso de maneira alguma diminui a qualidade do artigo se os argumentos apresentados forem bem construídos e embasados.
Em caso de precisar escrever um artigo de opinião para vestibulares ou concursos, atente-se às exigências da proposta. Se o enunciado exigir impessoalidade, siga o exigido.
Geralmente, a estrutura do artigo de opinião assemelha-se e muito à do texto dissertativo-argumentativo: uma introdução, um desenvolvimento (argumentação) e uma conclusão.
Portanto, recomenda-se o mínimo de três parágrafos, um para cada etapa, sendo que a de desenvolvimento pode ser dividida em dois, um para cada argumento, totalizando quatro parágrafos.
As professoras Boff, Köche e Marinello (2009) sugerem a seguinte forma para o artigo de opinião: situação-problema, discussão e solução-avaliação.
Vale ressaltar que, pelo fato de a opinião estar em primeiro plano, dê mais atenção e conceda mais espaço aos argumentos. A introdução e a conclusão não podem ocupar a maior parte do texto.
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Alexandre Garcia Peres, formado em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), gosta de arte, literatura, língua portuguesa, poesia e do seu gato.
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Achei muito explicativo, principalmente pelo fato de ser muito difícil encontrar qualquer coisa útil na internet sobre esse tema.