Células da Glia – O que são, função e mais!

Entenda o que são as chamadas "Células de Glia", para que servem, como são formadas e muito mais! Só aqui no Gestão Educacional!

Os neurônios são células que fazem parte do tecido nervoso e que conseguem se comunicar entre si. Eles formam uma espécie de rede por onde circulam comandos — os impulsos nervosos.  No caso das células da glia, elas não conduzem mensagens nervosas, mas desempenham funções importantes para o organismo.

O que são células da glia?

Células da Glia - O que são, função e mais! (Imagem: Reprodução/iStock)
Células da Glia – O que são, função e mais! (Imagem: Reprodução/iStock)

As células da glia (ou da neuróglia) são as células responsáveis pela sustentação dos neurônios. Elas também participam de funções importantes para a atividade e funcionamento dos neurônios.

Estima-se que cada neurônio possui 10 células da glia, e, por serem menores, as células da glia ocupam metade do volume do tecido nervoso.

Tipos de células da Glia

As células da glia são formadas por alguns tipos de células, como: oligodendrócitos, astrócitos, células ependimárias e células da micróglia. Veja, a seguir.

Oligodendrócitos

Os oligodendrócitos são responsáveis pela produção das bainhas de mielina. Essa produção acontece por meio de seus prolongamentos que se enrolam várias vezes em volta dos axônios emitidos por neurônios do SNC (Sistema Nervoso Central).

Astrócitos

Os astrócitos possuem formato estrelado e múltiplos prolongamentos que são irradiados ao longo do corpo celular. A principal função dos astrócitos é a sustentação dos neurônios, mas também controlam a composição iônica e molecular do ambiente extracelular.

Os astrócitos podem ser de dois tipos: fibrosos e protoplasmáticos.

  • Astrócitos fibrosos: estão localizados na substância branca, são longos e menos numerosos;
  • Astrócitos protoplasmáticos: possuem uma maior quantidade de prolongamentos, são curtos e apresentam muitas ramificações. São encontrados na substância cinzenta.

Células ependimárias

As células ependimárias possuem forma cúbica, que cobre os ventrículos do cérebro. É possível encontrar, em alguns locais, células ependimárias ciliadas. A presença desses cílios facilita a movimentação do líquido cefalorraquidiano (LCR).

Células de Schwann

As células de Schwann e os oligodendrócitos criam a bainha de mielina, essencial para isolar os neurônios eletricamente. No entanto, as células de Schwann só são hábeis em realizar essa função para os neurônios situados no sistema nervoso periférico.
Cada célula individual é responsável por produzir a bainha em apenas um neurônio, enrolando-se em torno dos axônios. Este processo de enrolamento facilita a propagação eficiente e rápida de impulsos elétricos.

Células satélites

O sistema nervoso periférico abriga tanto as células satélites quanto as células de Schwann. As células satélites desempenham um papel vital no isolamento dos neurônios e facilitam as trocas metabólicas.

Enquanto isso, as células de Schwann assumem a responsabilidade de produzir fibras nervosas de mielina para os neurônios do sistema nervoso periférico.

Micróglia

As células da micróglia estão relacionadas a defesa do Sistema nervoso central (SNC). Elas possuem ação fagocitária e chegam ao SNC ainda na vida intrauterina. Se ativadas, as células da micróglia recolhem seus prolongamentos (curtos e irregulares), assumindo a forma dos macrófagos e iniciam a fagocitose.

A ação fagocitária ocorre por meio de citocinas, secretadas pela micróglia, que regulam o processo imunitário e removem os restos celulares que surgem nas lesões do SNC.

Outras funções das células da glia

As células da glia também são responsáveis pela síntese se substâncias nutritivas e da mielina e também participam do sistema de defesa, fagocitando germes.

Embora tradicionalmente se acredite que as células da glia forneça apenas nutrição, proteção e suporte ao tecido nervoso, pesquisas recentes sugerem que a glia tem uma função adicional na regulação de sinapses por meio de neurotransmissores.

Além disso, eles desempenham um papel fundamental na neurogênese, que envolve a criação de novos neurônios.

Doenças associadas às células da glia

Entre as doenças associadas às células da glia, podemos destacar a esclerose múltipla, a doença de Alzheimer e a doença de Parkinson. Além disso, ambas são doenças neurodegenerativas.

  • Esclerose múltipla: uma condição autoimune faz com que o sistema imunológico ataque a mielina — a camada protetora que envolve os axônios. Como consequência, a comunicação entre os neurônios é interrompida, resultando em vários sintomas neurológicos;
  • Doença de Alzheimer: é comumente entendida como uma condição que afeta principalmente os neurônios. No entanto, pesquisas recentes indicam que as células gliais, incluindo micróglia e astrócitos, também contribuem significativamente para a doença. A ativação anormal dessas células leva à inflamação cerebral e ao acúmulo de placas de proteína beta-amilóide;
  • Doença de Parkinson: é uma doença neurodegenerativa crônica que afeta principalmente o sistema motor. Pesquisas mais recentes sugerem que as células da glia também desempenham um papel na doença. As células da glia, especialmente os astrócitos e as micróglias, estão envolvidas na resposta inflamatória e no processo de neuroinflamação na doença de Parkinson.

Referência

JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 12.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013

Jornalista formada pela Universidade Veiga de Almeida, Pós-graduanda em Gestão da Comunicação Digital e Mídias Sociais (pela IBMR) e Bióloga graduada pela Unigranrio. Interessada em tudo que envolve a escrita e os meios digitais.

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