Escravidão no Brasil – O que foi, motivos, formas de resistência e abolição

A escravidão é encarada como um dos períodos mais nefastos da história mundial. No Brasil, não é diferente. A seguir, conheça informações importantes sobre esse momento e entenda mais a respeito da escravidão no Brasil

O que foi e quais eram os motivos da escravidão

escravidão

A escravidão é uma medida econômica e relação de trabalho adotada entre duas partes. Mas, o empregador é considerado dono do empregado, esse último que é obrigado a trabalhar sem pagamento, morar em locais com condições precárias e passar por situações desumanas.

Muitos escravos realizavam trabalho pesado por cerca de 20 horas, não eram alimentados corretamente e viviam em locais insalubres, prejudicando a saúde. Além disso, eram acorrentados, para evitar que fugissem ou se suicidassem, e torturados.

Tal relação de trabalho existe há muito tempo, mas ganhou maior representatividade na época colonial. Um dos principais motivos que levaram à escravidão foi a atividade econômica: a venda de escravos ou sua utilização como mão de obra gerava dinheiro à coroa, que conseguia manter suas finanças em dia e ganhar maior representatividade política.

A escravidão no Brasil

Curiosamente, a escravidão, no Brasil, começa com seu “descobrimento” do país, no ano de 1500, sendo os índios os primeiros escravos. Assim que Pedro Álvares Cabral desembarcou por aqui, parte da população indígena foi utilizada para extração do Pau Brasil, por exemplo.

Somente no século XVII, com a ascensão da atividade açucareira, o país começou a receber muitos escravos negros vindos das colônias portuguesas na África, principalmente para trabalhar no Nordeste, que tinha a maior produção de açúcar do país.

Desde então, o número de escravos vindos da África aumentou substancialmente. A maioria partia de São Tomé, antiga colônia portuguesa, e vinha em navios negreiros, em condições precárias – aliás, vários morriam durante a viagem e seus corpos eram jogados no mar.

Uma vez no Brasil, eram vendidos e utilizados na atividade agrícola e, anos depois, na mineração e no comércio, inclusive em trabalhos básicos, como domésticos ou ama de leite.

Homens destinados a atividades pesadas eram escravos que não tinham vida útil longa, chegando a sobreviver cerca de 10 anos, no máximo. Já as mulheres trabalhavam em afazeres domésticos, sendo que a maioria sofria assédio sexual de seus donos.

Aos escravos, não era permitido errar. Qualquer atitude que não fosse a estabelecida por seus donos era passível de castigos físicos, como chicotadas em locais públicos. Além disso, a população escrava era proibida de professar sua fé e obrigada a seguir a religião católica.

Considerando-se o tempo total de escravidão, pode-se dizer que durou desde o período do descobrimento do Brasil, a partir de 1500 (iniciando com os índios), até 1888, quando a Lei Áurea foi assinada.

Formas de resistência à escravidão

escravidão no Brasil

Durante todo o período, revoltas eram as principais formas de resistência. Normalmente, os escravos fugiam e formavam comunidades escondidas e fortificadas, chamadas de quilombos.

Nesses lugares, os escravos podiam viver de acordo com sua cultura original, realizar rituais religiosos e falar sua língua materna. Curiosamente, o mais conhecido de todos era o Quilombo dos Palmares, localizado na então Capitania de Pernambuco e liderado por Zumbi.

Abolição da escravatura

A abolição da escravatura tornou-se viável, diante de um novo contexto econômico que inicia: o capitalismo de consumo, que só era possível se os trabalhadores fossem assalariados. Nesse momento, escravos eram um mercado potencial, mas somente se remunerados, para efetivamente terem poder de compra.

A partir disso, a Inglaterra, que liderava o crescimento capitalista, criou a Lei Bill Aberdeen, que dava poder à Marinha Real Britânica, para combater o tráfico em qualquer lugar do mundo, abordando e abatendo navios negreiros.

Em território nacional, o tráfico foi abolido apenas em 1850, com a promulgação da Lei Eusébio de Queirós. No ano de 1871, a Lei do Ventre Livre foi aprovada, garantindo liberdade aos filhos de escravos.

Já em 1879, iniciou-se, nacionalmente, uma campanha abolicionista, liderada por políticos e intelectuais. Em 1885, garantiu-se liberdade aos escravos com mais de 60 anos, por meio da Lei dos Sexagenários.

Somente em 13 de maio de 1888 o Brasil aboliu a escravidão, o que foi possível com a assinatura da Lei Áurea, pela Princesa Isabel. Depois disso, muitos ex-escravos tiveram dificuldade para se reinserir na sociedade, porque não tinham condições financeiras ou assistência do Estado. Ainda, havia a questão do preconceito racial como um agravante. Por isso, a maioria vivia em péssimas condições e sobrevivia de trabalhos informais.

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Jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e pós-graduanda em Negócios Digitais. Tem mais de 600 artigos publicados em sites dos mais variados nichos e quatro anos de experiência em marketing digital. Em seus trabalhos, busca usar da informação consciente como um instrumento de impacto positivo na sociedade.

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