Força de Trabalho – O que é na visão do Marxismo?

Força de Trabalho foi um termo utilizado por Karl Marx para indicar a capacidade física e mental de uma pessoa desempenhar determinada função. 

O trabalho de Karl Marx deixou diversas reflexões sobre o sistema capitalista. Uma delas diz respeito à força de trabalho.

O pensador alemão desenvolveu essa noção em “O Capital”, obra cuja publicação ocorreu entre os anos de 1867 e 1883. Antes disso, Friedrich Engels descreve brevemente as características do futuro conceito em um prefácio a outro livro de Marx, “Trabalho assalariado e capital”, de 1849.

Entenda o que isso significa na visão do Marxismo.

O que é a Força de Trabalho?

Este foi um termo utilizado por Karl Marx para indicar a capacidade física e mental de uma pessoa desempenhar determinada função. Trata-se daquilo que o operário vende ao proprietário dos meios de produção.

Portanto, a força de trabalho junto dos meios de produção, ou seja, os materiais e instrumentos, são os elementos que garantem os processos de produção

Desta forma, a força de trabalho não se refere ao trabalho em si. O primeiro corresponde às suas ações durante as tarefas necessárias, ou seja, o conhecimento e as habilidades aplicadas no trabalho. O último seria o resultado final do emprego da força de trabalho em um objetivo específico. 

O operário, no entanto, é alienado daquilo que produz, sendo alheio ao produto de sua atividade. Desse modo, o proletariado não é dono do seu trabalho.

Força de trabalho como mercadoria

Diante desta interpretação do Marxismo, é possível entender que essa força é uma mercadoria do capitalismo como outra qualquer, mas uma mercadoria provisória. Além disso, ela é criadora de valor, sendo capaz de produzir riqueza.

Com isso, o proletariado vende a sua força de trabalho em troca de um salário. Ele entrega todas as suas habilidades, sua capacidade motora por esta remuneração. De acordo com Marx, esta é a mais importante das forças produtivas, compondo a base do capitalismo industrial que se instaurou a partir da Revolução Industrial.

O processo de venda dessa capacidade pelo operariado, para receber um pagamento muito aquém daquele que realmente seria devido, é crucial para a teoria marxista.

Mais-valia

Nesse cenário, o trabalhador vende o esforço por um valor menor do que a mercadoria que ele produz. Essa disparidade seria central na exploração do sistema capitalista. Com isso, Karl Marx e Friedrich Engels denominaram esta diferença entre a remuneração da força de trabalho e o valor criado pelo trabalhador como mais-valia.

Isso porque há, por um lado, o trabalho necessário, cujo nome se refere a quanto tempo o operário precisa trabalhar para obter sua subsistência; por outro lado, esse operário passará mais tempo empregando sua força para produzir e o resultado disso, o trabalho excedente, é apropriado pelo empregador/burguês e se torna lucro.

Concentração dos meios de produção

Marx ainda apontava que, por não ser dono dos meios de produção, o proletariado se vê obrigado a vender esta força de trabalho ao capitalista, como único meio de sobrevivência. Esta situação faz com que não seja o suficiente, por exemplo, reduzir os níveis de privatização dos meios de produção. 

Isso porque a manutenção desses meios como privados dá continuidade à tendência de acúmulo nas mãos de poucos indivíduos, precisamente aqueles que, ao acumularem maior riqueza, irão adquirir ou manter esses meios de produção.

A única solução seria que eles fossem coletivos, a fim de que o proletariado passasse a ter acesso àquilo que produz. Com isso, consequentemente, a concentração dos meios de produção e das riquezas teria fim, não mais pertencendo a um grupo extremamente reduzido de indivíduos. Outro efeito seria o encerramento da lógica de superexploração da força de trabalho.

Por isso, o Marxismo defendia a tomada de controle dos meios de produção por parte dos trabalhadores, acabando, assim, com as divisões de classes.

Referências

https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/ActaSciHumanSocSci/article/download/18632/pdf/

https://periodicos.ufes.br/abepss/article/view/27511/18531

Formado em Jornalismo e História, trabalho com comunicação há mais de 10 anos. Passei por editoras, jornais e diversos sites da área. Tenho também o projeto Outro Lado da História, que vista contar a história brasileira com no ponto de vista do povo e sem fake news.

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