Fungos – Características físicas, Comportamento, Habitat, Alimentação e Reprodução

Os fungos são classificados dentro de um reino destinado apenas a eles, o Reino Fungi. Esse grupo é monofilético e possui quatro filos: Chytridiomyota, Zygomycota, Ascomycota e Basidiomycota.

Pesquisadores acreditam haver mais 5 milhões de espécies de fungos, no entanto, apenas menos de 100 mil foram classificadas. No Brasil, há 5.500 espécies registradas.

Esses organismos podem ser encontrados nos mais variados ambientes e estão espalhados pelo mundo todo. Apesar de serem frequentemente confundidos com os vegetais, os fungos apresentam características bem distintas, como o fato de não realizarem fotossíntese e possuírem o glicogênio como principal reserva de energia. Os principais exemplares desse grupo são mofos, cogumelos, bolores e orelhas-de-pau.

Características físicas

Apesar de serem frequentemente confundidos com vegetais, os fungos são seres que não realizam fotossíntese. Sua estrutura é séssil, composta por células eucarióticas (com núcleo celular) e que podem ser uni ou pluricelulares.

As células dos fungos não contêm plastídios nem centríolos. Sua parede celular é constituída principalmente por quitina. São compostos por longos filamentos, denominados de hifa, e um talo haploide.

Em sua grande maioria, são seres microscópicos, invisíveis a olho nu, mas, quando formam colônias, são mais facilmente visualizados. Além disso, alguns deles são maiores, como os cogumelos guarda-chuvas e orelhas-de-pau que são mais conhecidos por nós.

Ainda, podem apresentar diferentes formas e cores.

Habitat

Os fungos podem ser encontrados nos mais variados tipos de habitat. Eles ocorrem desde interior ou exterior de animais, inclusive dos humanos, na água, no solo e em plantas, incluindo nos alimentos que comemos.

Precisam de um ambiente quente e úmido para se reproduzirem, portanto, sua maior diversidade ocorre em regiões tropicais.

Alimentação

Os fungos são seres heterotróficos, o que significa que precisam buscar seu alimento. São classificados como sapróbios, pois consomem restos de plantas e animais em decomposição.

Eles liberam enzimas no substrato, que quebram os nutrientes, para digerir e absorver pelo ápice na hifa. Outros fungos obtêm a energia pela fermentação, como as leveduras.

Algumas espécies vivem em uma relação simbiótica com outros organismos, em que ambos são beneficiados, como é o caso dos líquens. Eles são uma associação entre algas e fungos, no qual o fungo absorve nutrientes produzidos pela alga e esta fica protegida pelo ambiente criado pelo fungo. Por outro lado, outras espécies são parasitas e a associação prejudica plantas e animais. Nesses casos, eles podem causar doenças.

Reprodução

A reprodução dos fungos varia de acordo com cada grupo, porém todos apresentam reprodução assexuada, pelos esporos, e reprodução sexuada, pelos gametas, possuindo ciclo de vida diploide (2n) e haploide (n). São caracterizados, então, por possuírem duas fases.

As leveduras, por exemplo, se reproduzem por brotamento, assexuadamente. Assim, um pequeno fragmento da hifa pode dar origem a um novo individuo. Já na reprodução sexuada, os fungos se comunicam com outros indivíduos quimicamente por meio de feromônios.

As hifas se fundem e formam um único núcleo, constituindo a fase diploide (2n). Esse núcleo forma o zigoto, que sofrerá meiose, reduzindo o número de cromossomos e voltando à fase haploide (n).

A fase haploide forma os esporos, que serão liberados de duas maneiras distintas: pelo vento ou transportados por animais. Fungos que não produzem esporos são reproduzidos por fragmentação do micélio.

As estruturas reprodutivas são diferentes das somáticas, tendo formas variadas e que são utilizadas para classificar os tipos de fungos.

Curiosidades

Os fungos são organismos importantes para o funcionamento do ecossistema, pois realizam o papel de decompositores, participando da ciclagem dos nutrientes.

Além disso, estão envolvidos em diversas interações ecológicas com outros seres vivos que dependem dos fungos para sobreviver, como os líquens e as micorrizas.

Os fungos são também importantes na área médica, pois, apesar de serem causadores de diversas doenças, como a frieira e a micose, são também fontes de medicamentos, como a penicilina.

Na agricultura e economia, os fungos são também causadores de diversas doenças que afetam as culturas agrícolas, no entanto, muitos podem ser empregados no combate a outros patógenos, por meio do controle biológico. Outros são ainda utilizados na alimentação humana, como o shitake e o shimeji. Além disso, os fungos são usados, pelo seu processo de fermentação, na produção de pães, queijos, cervejas e vinhos.

Bacharel e Licenciada em Ciências Biológicas pela USP (2016 e 2018), tem 25 anos e é apaixonada pela natureza e por explorar o mundo. Quando não está se aventurando por aí, gosta de aquietar as pernas com livros e séries.

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