Inclusão social – O que é? Exemplos e Inclusão na Escola

Discussões sobre inclusão social têm frequentado diversos setores da nossa sociedade há alguns anos. A preocupação em fazer com que todas as camadas da população tenham acesso aos serviços básicos e às oportunidades para se ascenderem socialmente estão, ao menos no discurso, no cerne de políticas públicas e de falas de candidatos, além de em reflexões entre intelectuais e parte da sociedade civil organizada.

Mas, como fazer a inclusão social? Quais áreas e tipos de inclusão que podem ser feitas, beneficiando cada vez mais pessoas? Qual o papel da escola nesse processo? Bem, essas são algumas perguntas que buscaremos responder a partir de agora, aqui, no Gestão Educacional!

O que é inclusão social?

Em primeiro lugar, trataremos a respeito do conceito. Inclusão social é uma expressão comumente usada para apontar qualquer política que vise inserir na sociedade indivíduos ou grupos sociais que estão excluídos dela. Dessa forma, ao tratar de inclusão social temos que tratar da exclusão social, que marginaliza milhares de pessoas no Brasil e no mundo.

Para definir uma ação de inclusão social, é necessário antes realizar um diagnóstico que possa vir a identificar quem está excluído da sociedade, quem não tem emprego, educação, saúde, renda, cultura, lazer, entre outros direitos básicos garantidos pela Constituição Federal de 1988, no Brasil. A inclusão, portanto, é oferecer, de maneira democrática, acesso a todos os espaços a quem não tem acesso direto a eles.

O conceito surgiu a partir da grave crise econômica que atingiu a Europa a partir dos anos 1970. Naquela época, a França, que havia alcançado pleno emprego e ótima qualidade de vida, via parte de sua população ser excluída do mercado de trabalho. Entre essas pessoas estavam os idosos, os deficientes físicos e os imigrantes. Aí que nasceu a expressão “exclusão social”, para definir grupos excluídos de uma sociedade que havia superado a pobreza e a miséria. Com isso, o termo “inclusão social” aparece para indicar as políticas assistencialistas direcionadas única e exclusivamente a esses setores.

Exemplos de inclusão social

Com o diagnóstico feito para saber quem são os grupos ou parte deles que estão excluídos, pode ser desenvolvida uma série de políticas para colocar de volta à sociedade essas pessoas. Entre os exemplos podemos citar a criação das cotas raciais nas universidades, para propiciar mais acesso a negros e indígenas no ensino superior. Isso porque, esses grupos, por diversas razões que a História nos mostra, possuem maiores limitações para ter acesso à educação por meios próprios.

Outro exemplo pode ser o desenvolvimento de medidas de acessibilidade para deficientes físicos e também para idosos que têm dificuldades de se deslocar pelos espaços públicos. Trata-se de uma forma de acolhimento que faz com que esses dois grupos não se sintam impedidos de circular pela cidade e pelos equipamentos públicos.

Desenvolver políticas públicas de distribuição de renda, caso do Bolsa Família, ajuda a tirar da miséria e da pobreza milhões de pessoas que acabam sendo excluídas da sociedade, pois não conseguem emprego e não têm renda. Uma forma de garantir a idoneidade desse programa é pela presença obrigatória das crianças na escola, que também inclui os indivíduos de outra forma, por meio da educação.

Inclusão social na escola

A partir dos anos 1980, a escola foi incorporada como instrumento de inclusão social, por meio do entendimento da exclusão social como elemento importante para nortear as diretrizes e as ações de instituições e também dos órgãos internacionais. Na universidade e na administração pública, é cada vez mais comum o desenvolvimento de estudos e propostas que englobem diversos tipos de inclusão que levem em conta a escola.

“Uma vertente da exclusão trabalha com a perspectiva da educação como instrumento importante no processo de inclusão social, na promoção do desenvolvimento socioeconômico e na formação cultural necessária às exigências da sociedade contemporânea (globalizada, plural, do conhecimento, com a precarização do trabalho, etc.). Este é o caso das diretrizes da UNESCO presentes na política educacional brasileira, apropriadas por discursos políticos e presentes no senso comum”, escreve a professora Cristina Teixeira, no artigo Educação e inclusão social? Os limites do debate sobre o papel da escola na sociedade contemporânea.

Diante disso, a inclusão social na escola proporcionaria uma redução das discriminações e dos preconceitos que surgem motivados pelas diferenças sociais de gênero, cultura, etnia, relativa aos deficientes físicos e aos demais aspectos que poderiam ser causas de exclusão social.

Para isso, no entanto, é fundamental que o Estado assuma “a responsabilidade da educação, antes de mais nada, oferecendo ‘educação para todos’ com dotação de recursos, promovendo a incorporação das tecnologias da informação para prevenir a ‘brecha digital’, além de investir na melhoria da formação dos docentes”, considera a professora.

Jornalista com 15 anos de experiência, é mestre em América Latina pela Universidade de São Paulo (USP) na linha de pesquisa Práticas Políticas e Relações Internacionais.

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