Oswald de Andrade – Biografia e Principais Obras
Oswald de Andrade foi um dos maiores nomes do Modernismo brasileiro, além de ser um dos mais irreverentes, irônicos e subversivos autores brasileiros. Com dois manifestos publicados e sendo um dos responsáveis pela Semana de Arte Moderna de 1922, Oswald teve uma vida agitada e dedicada à arte e à literatura.
Que tal saber um pouco mais sobre essa emblemática figura da história brasileira? Confira aqui, no Gestão Educacional!
Nascimento de Oswald de Andrade
![Oswald de Andrade](https://www.gestaoeducacional.com.br/wp-content/uploads/2019/04/Oswald-de-Andrade3.jpg)
José Oswald de Sousa Andrade, mais conhecido como Oswald de Andrade, nasceu em 11 de janeiro de 1890, em São Paulo, Capital. Seus pais foram José Oswald Nogueira de Andrade e Inês Henriqueta Inglês de Sousa de Andrade.
Seu nome foi uma homenagem a três figuras da família: ao avô paterno, Hipólito José de Andrade, ao tio materno, Inglês de Sousa, importante nome do naturalismo brasileiro, e ao próprio pai.
Oswald teve suas primeiras aulas no Ginásio de São Bento.
O escritor
Oswald de Andrade iniciou sua carreira de escritor em meados de 1909, escrevendo para o Diário Popular, com a coluna “Teatro e Salões”, produzindo especialmente críticas teatrais. Nesse mesmo ano, ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo.
Em 1911, funda, com Dolor de Brito, a revista O Pirralho, majoritariamente política e literária. Para a fundação, contou com ajuda financeira da família, especialmente da mãe. O primeiro número foi publicado em 12 de agosto do ano em questão. Nessa revista, Oswald de Andrade apoiou a campanha de Rui Barbosa, por exemplo, e iniciou reflexões a respeito da arte brasileira moderna, já em sintonia com as tendências da época.
Viagem à Europa e primeiros contatos com o modernismo
Em 1912, Oswald partiu para a Europa, onde passou sete meses, tendo a viagem interrompida pelo anúncio da morte da mãe, em setembro desse ano, fazendo-o voltar ao Brasil.
Nessa passagem pela Europa, conhece e inicia uma relação com Henriette Denise Boufflers, conhecida como Kamiá, que acompanha o escritor de volta ao Brasil. Dessa relação nasceria, em 1914, o artista plástico José Oswald Antônio de Andrade, mais conhecido como Oswald de Andrade Filho.
É nessa passagem pela Europa que o jovem Oswald tem contato com os ideais das Vanguardas Europeias, já bastante expressivas no velho continente. Inicia, durante a viagem, a escrita da peça Mon Coeur Balance, que seria publicada inicialmente em 1916. Nesse mesmo ano, publica Leur Âme.
Ainda em 1916, começa a escrever para o Jornal do Comércio, cargo que ocupou até meados de 1922.
Em 1919, forma-se em direito, com certo atraso, devido à viagem à Europa. Nesse mesmo ano, seu pai faleceu.
Semana de Arte de 22 e Modernismo
Entre os dias 11 e 18 de 1922, promove, em conjunto com outros artistas modernistas, como Mário de Andrade, Victor Brecheret, Plínio Salgado, Anita Malfatti, etc., a Semana de Arte Moderna, também chamada Semana de 22, um marco da experimentação e da liberdade artística em busca de uma identidade artístico-literária genuinamente brasileira.
É nesse período que inicia um relacionamento com outro nome de grande expressão da arte modernista: Tarsila do Amaral. A famosa pintura Abaporu, de Tarsila do Amaral, foi elaborada como presente ao aniversário do marido, Oswald, em 1928. O relacionamento entre os dois duraria até 1929.
Ainda em 1922, lança o romance Os Condenados, primeira parte de uma trilogia que seria composta também por A Estrela do Absinto e A Escada de Jacó (que posteriormente seria mudado para A Escada Vermelha, possivelmente pelo alinhamento do autor aos ideais comunistas). A trilogia passaria a ser conhecida como A Trilogia do Exílio.
Em 1923, lança Memórias Sentimentais de João Miramar.
1924 é outro ano de importantes publicações do autor: lança A Cigarra, A vida Moderna e principalmente o Manifesto Poesia Pau-Brasil, que defendia a “exportação” da poesia brasileira, assim como a matéria-prima em questão durante o período colonial.
O manifesto desagradaria movimentos ultranacionalistas, como o Movimento Verde-Amarelo, de 1926, formado por nomes como Menotti del Picchia e Plínio Salgado. Uma das principais críticas era ao fato de o Manifesto Poesia Pau-Brasil ser muito “afrancesado”, como boa parte das obras inicias de Oswald, como os títulos sugerem, indo contra o patriotismo excessivo do Verde-Amarelismo e ao objetivo das vanguardas de se criar uma identidade artística para a literatura brasileira.
Nos anos seguintes, foi redator de uma série de jornais e revistas, como A Gazeta, Papel e Tinta, Correio Paulistano e Klaxon. Em 1925, lançaria o livro de poesias Pau-Brasil.
![Oswald de Andrade](https://www.gestaoeducacional.com.br/wp-content/uploads/2019/04/Oswald-de-Andrade.jpg)
O manifesto antropofágico
Em 1928, publica o Manifesto Antropofágico e, até o ano seguinte, ajuda na publicação da Revista de Antropofagia, dando início ao movimento conhecido como Movimento Antropofágico. Diferente do Manifesto Poesia Pau-Brasil, mais voltado à literatura, o novo manifesto tinha como foco ainda a literatura, mas com um viés muito mais politizado.
O nome do movimento faz referência à antropofagia indígena, ou seja, ao ritual de se comer carne humana com o propósito de absorver as qualidades do indivíduo devorado. O manifesto propunha, metaforicamente, “deglutir” a arte europeia, já consolidada, e “digeri-la” numa arte genuinamente brasileira.
Anos finais e morte
Em 1930, casa-se com Patrícia Rehder Galvão, mais conhecida como Pagu, ficando com ela até 1935.
Em 1931, Oswald de Andrade junta-se à base do Partido Comunista Brasileiro, onde ficaria até 1945. Durante esse tempo, escreveu para diversas revistas e jornais.
Na década de 30, lançou uma série de peças teatrais, como O homem e o cavalo (1934), A morta e O rei da vela (1937). Durante essa década, passou a ser considerado, pelo governo brasileiro, como subversivo.
Na década de 40, publicou Cântico dos cânticos para flauta e violão (1942), A Revolução Melancólica (1943), A Arcádia e a Inconfidência (1945), O Escaravelho de Ouro (1946), dentre outros.
Em 1944, casa-se com Maria Antonieta D’Aikmin, ficando com ela até o fim de sua vida. Com ela, o escritor teria outros dois filhos.
Em 1954, lança sua última obra literária, Um homem sem profissão.
Deixe seu comentário