Pteridófitas – O que são? Características e Importância Ecológica

O Reino Plantae é composto por quatro grupos de vegetais chamados de Briófitas, Pteridófitas, Gimnospermas e Angiospermas. Depois das Briófitas, as Pteriófitas são o segundo grupo de plantas em grau de complexidade.

Elas datam do Período Carboníforo, aproximadamente 358,9 milhões de anos atrás. O número de espécies conhecidas é de cerca de 10.500 e sua diversidade diminui com o aumento da latitude. No Brasil, o número de espécies é estimado entre 1200 e 1400.

Entre os representantes mais conhecidos estão a samambaia e a avenca, e são elas as utilizadas como modelo para explicações sobre o ciclo de vida e reprodutivo deste grupo.

O que são Pteriófitas?

Pteridófitas

 

As Pteridófitas correspondem a um grupo ancestral das plantas vasculares (i.e. que possuem vasos condutores de seiva), que não possuem flores e que foram as primeiras a conter órgãos verdadeiros na sequência evolutiva das plantas.

Atualmente, o grupo é dividido em quatro filos: Psilophyta, Lycopodiophyta, Equisetophyta e Polypodiophyta.

Características das Pteriófitas

Pteridófitas

 

Estrutura

Em relação ao grupo anterior, as briófitas, as pteridófitas adquiriram tecidos para condução de seiva e fase de esporófito dominante. Os tecidos que conduzem seiva são chamados de xilema, que transportam água e sais minerais das raízes para as outras partes do corpo (também chamado de seiva bruta), e o floema, que transporta açúcares e outros compostos orgânicos (também conhecido por seiva elaborada) das folhas para os demais órgãos.

Como dito anteriormente, estas plantas possuem os órgãos verdadeiros, ou seja, raiz, caule e folha. Sua estrutura corporal mais conhecida é epífita, desenvolvendo-se sobre outras plantas.

Em relação ao tamanho elas variam entre centímetro a 25 metros.

Habitat

As pteridófitas ainda possuem ligação estreita com a água, preferindo locais úmidos e escuros – por conta disso, são muito abundantes em regiões tropicais.

Na Costa Rica por exemplo, estima-se que há cerca de 900 espécies. No Brasil, há diversas espécies nos biomas Mata Atlântica e Amazônia.

Apesar de a maioria delas ser de pequeno porte, há algumas espécies que chegam a quatro metros de altura e habitam matas úmidas. Além disso, são capazes de viver em água doce, como a espécie Salvina molesta, e apenas poucas espécies são encontradas em locais secos e/ou frios.

Ciclo de vida

A pteridófita mais comumente usada como modelo para explicar o ciclo de vida deste grupo é a samambaia. Essas plantas possuem alternância de gerações, assim como as briófitas.

A samambaia conta com esporângios localizados na porção inferior das folhas – são aqueles pontos marrons que surgem de tempos em tempos, chamados de soro.

O conjunto de soros forma os esporângios. Quando estão maduros, estes se abrem e liberam os esporos, as células reprodutivas das pteridófitas, e se desenvolvem formando uma estrutura chamada de protalo.

O protalo pode dar origem a um anterídio (estrutura reprodutiva masculina) ou a um arquegônio (estrutura reprodutiva feminina). Os anterídios formam os anterozoides que irão fecundar a oosfera (produzida pelo arquegônio), formando um zigoto que se desenvolverá em um esporófito diploide (2n). Esse esporófito dará origem a esporos haploides (n).

Reprodução

A reprodução deste grupo pode ser assexuada ou sexuada. A primeira ocorre pelo brotamento – o rizoma, surgem brotos vegetativos que irão se desenvolver em raízes e folhas.

Já a segunda é quando os anterídios maduros liberam aos anterozoides (que possuem flagelo), que nadam para encontrar o arquegônio e fecundar a oosfera, formando, assim, o zigoto. Por mitose, o zigoto se desenvolve e dá origem aos órgãos.

Importância ecológica

As pteridófitas são importantes para a sucessão ecológica, pois são as primeiras espécies a colonizarem o novo ambiente depois de um desmatamento ou quando há uma clareira na floresta, criando condições para que plantas de maior porte possam se desenvolver.

Pteridófitas

Importância econômica

Este grupo não representa grande parte da economia, sendo poucas espécies utilizadas para alimentação e medicina. Seu maior uso é para ornamentação de vasos e jardins.

Algumas espécies são também usadas por pesquisadores como modelos para o ensino de genética e para pesquisas na área.

A espécie Salvinia molesta, que citamos acima, é uma planta aquática invasora que vem causando prejuízos ecológicos e econômicos em lagos da África após ter sido introduzida no país.

Bacharel e Licenciada em Ciências Biológicas pela USP (2016 e 2018), tem 25 anos e é apaixonada pela natureza e por explorar o mundo. Quando não está se aventurando por aí, gosta de aquietar as pernas com livros e séries.

Deixe seu comentário