Adjetivos pátrios ou gentílicos – Descubra o que são (com exemplos)

Descubra aqui no Gestão Educacional o que são adjetivos pátrios ou gentílicos, entenda suas diferenças e veja uma série de exemplos!

O que são adjetivos pátrios? E os adjetivos gentílicos? Eles são mesmo a mesma coisa? Para entender melhor essa discussão, vamos primeiro relembrar o que são os adjetivos.

O que são adjetivos?

Para o gramático Evanildo Bechara, os adjetivos são a classe de palavras que orienta as possibilidades de qualificação do substantivo. Em outras palavras, adjetivos são responsáveis por caracterizar os substantivos, sendo estes responsáveis por dar nome às coisas do mundo, sejam esses estados, processos, nomes, qualidades ou substâncias.

Como acompanham substantivos, é importante lembrar que os adjetivos geralmente variam, isto é, podem sofrer flexão de grau (comparativo, superlativo ou normal), gênero (masculino ou feminino) e número (singular ou plural).

Adjetivos pátrios e gentílicos: qual a diferença?

Os adjetivos pátrios e gentílicos são frequentemente descritos da mesma forma: são adjetivos utilizados para designar a origem de pessoas ou coisas. Porém, há uma distinção entre os dois.

De acordo com linguistas e gramáticos, como o nome sugere, os adjetivos pátrios fazem referência a nações, estados e cidades delimitados oficialmente. Assim, vão se relacionar às localidades em que indivíduos nascem ou residem, ou a locais de origem de objetos.

Já os adjetivos gentílicos fazem referência a um povo ou etnia que pertence a um determinado espaço. Por exemplo, a referência à pessoa nascida na Alemanha pode ser com o adjetivo pátrio “alemã” ou, no caso de sua etnia, é possível usar o adjetivo gentílico “germânica” ou “teutônica” (em referência aos povos germânicos que ocupavam o centro e o norte do continente europeu).

Porém, essas nuances e diferenças são mais levadas em consideração por especialistas e estudiosos da língua portuguesa. No uso do dia a dia, geralmente não é feita distinção entre as duas classificações, que são tratadas como sinônimos.

Até mesmo em livros de gramática, atualmente, apenas são apontados adjetivos pátrios, não havendo menção ou diferenciação em relação aos adjetivos gentílicos.

Confira, abaixo, alguns exemplos desses adjetivos pátrios:

  • Venezuelano
  • Australiano
  • Boliviano
  • Brasileiro
  • Búlgaro
  • Chileno
  • Chinês
  • Acreano
  • Cearense
  • Baiano (ou baiense)
  • Mineiro (ou geralista)

Como surgem os adjetivos pátrios e gentílicos?

Muitas gramáticas tradicionais geralmente descrevem os adjetivos pátrios e gentílicos como derivados do substantivo que designa um país ou região, como é possível observar nos exemplos.

Isso porque esses adjetivos que explicitam a relação dos seres humanos com espaços físicos e geográficos e com o próprio povo que habita um lugar. Mas há alguns casos em que a referência não obedece à regra.

Exemplos que fogem à regra

Por exemplo, pessoas nascidas na cidade do Rio de Janeiro são caracterizadas como “cariocas” em função do Rio Carioca, que banha o município e fornecia água potável aos seus habitantes no período colonial.

A palavra é de origem tupi. Em fins do século XVIII, porém, um decreto do administrador da capitania do Rio de Janeiro adotou o adjetivo pátrio “fluminense” para se referir aos nascidos ali. Ele é derivado do termo “flumen”, que, em latim, significa “rio”.

Outro caso é o de pessoas que nascem no Amazonas, designadas como “amazonenses” ou “barés”. Este adjetivo é uma referência ao grupo indígena mais numeroso da região, que vivia principalmente na parte noroeste do estado.

Os adjetivos pátrios não se aplicam somente às pessoas, designando produtos típicos ou criados em uma região determinada. Assim, é possível falar em comida mineira (para apontar receitas culinárias típicas de Minas Gerais), tango argentino (para designar o estilo musical característico da Argentina), pimenta mexicana (em referência a um tempero produzido no México) e assim por diante.

Qual a importância dos adjetivos pátrios?

Poder designar o local ou a etnia de uma pessoa é importante para construir um senso de pertencimento a uma cidade, estado, nação ou a um povo. Por isso, adjetivos pátrios são parte da construção da identidade nacional ou cultural de uma comunidade.

A nacionalidade é um elemento central para a identidade cultural, formada por elementos como idioma, costumes, tradições, manifestações artísticas, entre outros. A consciência de pertencimento a uma cultura e a uma comunidade contribui para a percepção de seu valor histórico e de como é preciso preservá-la.

E você, já tinha se perguntado por que não chamamos alguém que vem do Rio de Janeiro de “rio-janeirense”? Acha que a distinção entre os dois tipos de adjetivo é válida? Conta para a gente!

 

Graduada em Letras inglês-português pela UNESP-Araraquara e mestre em Estudos Linguísticos (linha de pesquisa Estudos da tradução) pela UNESP- São José do Rio Preto. Professora de português e inglês, redatora comercial e tradutora EN><PT, Fui bolsista CAPES na graduação pelo programa Residência Pedagógica, dando aulas de inglês para sexta série da Educação de Jovens e adultos e durante o mestrado, desenvolvendo a pesquisa "Makumba: Uma proposta de Matrigestão Tradutória à Poética de Amiri Baraka", no qual executei as primeiras traduções para o português de poemas selecionadas do livro Black Magic (1969), do autor afro-americano Amiri Baraka. Hoje, atuo como professora de inglês na escola Aliança América e Redatora para WebGo/Gridmídia, bem como desenvolvo projetos como tradutora, redatora e professora de inglês e português freelance para diversas empresas e contratantes particulares.

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