A função da coesão é a de garantir a continuidade do texto, através da articulação de seus segmentos. Com isso, mantém-se um fio de continuidade, permitindo a compreensão do texto em questão.
Neste artigo do Gestão Educacional, explicaremos tudo o que você precisa saber a respeito da coesão e de como construir um texto coeso.
Resumidamente, a coesão nada mais é do que a conexão harmoniosa entre as várias partes de um mesmo texto. Ao construirmos um texto, seja ele oral ou escrito, é preciso que haja um diálogo entre as suas várias partes, de modo que não existam partes soltas.
Um texto coeso, portanto, é um texto em que não há pontos soltos: o texto segue uma espécie de fio, de maneira que um segmento do texto (uma palavra, uma frase ou um parágrafo) está ligado a outro, de modo articulado e contínuo. Com isso, o texto segue uma lógica, fazendo sentido e podendo ser interpretado corretamente.
Um texto, para fazer sentido, não pode ser um amontoado de frases soltas. Veja um exemplo de texto com falta de coesão:
Perceba que não há coesão nenhuma entre as partes do texto acima. Com algum esforço, ainda é possível compreender o seu significado, fazendo com que, muito talvez, ele seja um texto coerente. Mas a falta de elementos que articulem os segmentos (ou seja, a falta de coesão) dificulta o seu entendimento.
Veja uma possível correção para o texto do exemplo acima, empregando alguns elementos que articulem as suas partes:
Os termos sublinhados no exemplo acima são recursos de conexão entre partes de um mesmo texto. Logo no começo, a conjunção “e” foi empregada para unir duas partes do texto. “De modo que” é uma locução conjuntiva; “ainda assim” é uma locução adverbial. Ambas também foram empregadas com o intuito de se articular os segmentos do texto.
Para se alcançar uma boa coesão textual, é preciso utilizar na construção do texto algumas relações, procedimentos e recursos textuais.
Ao construirmos um texto, criamos uma rede de relações nele. Há três tipos de relações textuais:
Consiste basicamente na retomada de elementos presentes no texto. Com isso, volta-se a segmentos anteriores, conectando-os ao fio de encaminhamento do texto de modo que não fiquem soltos.
Por exemplo, temos um caso de reiteração quando retomamos e substituímos uma expressão por um pronome ou por um sinônimo. Veja:
O pronome “elas” recupera e substitui “as casas”. Temos, portanto, um caso de reiteração.
Consiste basicamente na utilização de palavras semelhantes, de um mesmo campo semântico (de um mesmo tema), de modo a se criar uma relação entre as palavras presentes em um texto.
[/su_list]Por exemplo:
Todos os termos sublinhados estão associados uns com os outros, pois tratam de um mesmo. Há, portanto, unidade entre as palavras presentes no texto acima. Temos, assim, um caso de associação.
Consiste basicamente na utilização de conjunções, preposições, advérbios e locuções de cada um desse tipo a fim de se conectar orações, períodos, parágrafos etc. Tais termos recebem o nome justamente de “conectores”.
Por exemplo:
Pereba que o uso dos conectores, sublinhados no exemplo acima, amarram um segmento do texto ao outro. Com isso, garante-se que todos estejam conectados e, consequentemente, que o texto mantenha a coesão.
Para se alcançar as relações textuais mencionadas acima, é preciso utilizar alguns procedimentos de coesão textual. São eles os seguintes:
Para a reiteração:
Para a associação:
Para a conexão:
Cada um dos procedimentos mencionados acima possui alguns recursos que podem ser utilizados para, assim, alcançar relações textuais bem-feitas e, consequentemente, um texto coeso.
Alguns dos recursos de repetição são:
Alguns dos recursos de substituição são:
A substituição gramatical: substituir termos já utilizados por termos de outras classes gramaticais.
A substituição lexical: substituir uma palavra por outra que seja textualmente equivalente.
A retomada por elipse: consiste basicamente no ocultamento de um termo que pode ser identificado pelo contexto. Assim, recupera-se um termo mencionado anteriormente, sem mencioná-lo realmente.
Consiste basicamente na seleção de determinadas palavras que sigam a temática do texto, de modo a criar uma unidade entre os termos presentes nele. Portanto, é preciso selecionar bem as palavras a serem utilizadas, de modo a garantir esse diálogo entre elas.
Por fim, a conexão, como vimos, consiste no uso de conectores, que atuam garantindo uma articulação entre os segmentos do texto e, consequentemente, a sequência dele.
A conexão é estabelecida por meio do uso das seguintes classes gramaticais de palavras:
Alexandre Garcia Peres, formado em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), gosta de arte, literatura, língua portuguesa, poesia e do seu gato.
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