O que é pintura? Pintura figurativa x pintura abstrata e Gêneros de Pintura

A pintura é uma das mais antigas e prestigiadas formas de manifestação artística. Caracterizada pela aplicação de algum tipo de pigmento em uma superfície plana (com exceção das chamadas “pinturas digitais”), a pintura é uma técnica bastante experimentalista, dada a grande quantidade de materiais, superfícies, técnicas e propósitos diferentes que podem ser utilizados pelos pintores na confecção de suas obras.

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O que é pintura?

Dá-se o nome “pintura” à técnica de se aplicar algum tipo de pigmento (tinta, geralmente) em uma superfície plana (em uma tela, geralmente) com o intuito de a colorir, representando, assim, ideias, emoções, objetos, pessoas, formas geométricas etc., por meio de combinações de linhas, formas, cores, tons e texturas. Essas combinações resultam em espaços, volumes, movimentos, luzes e sombras que compõem a obra.

Embora sejam mais conhecidas as pinturas em tela com o uso de tinta, a pintura não se limita a apenas esses materiais. Superfícies como paredes (como nos afrescos), papéis, madeiras etc. também são utilizadas. Já quanto aos materiais, há uma grande variedade, indo de tipos variados de tinta, como tinta a óleo, acrílica, guache, aquarela etc., a pigmentos em pó, como areia.

Além disso, há uma discussão a respeito da suposta obrigatoriedade da aplicação de pigmentos em superfícies para se caracterizar uma pintura, uma vez que nas pinturas digitais isso não acontece, expandindo, assim, o escopo da pintura. Define-se pintura, portanto, como o uso de cores, reais ou virtuais, para a criação de uma representação visual.

Pintura figurativa x pintura abstrata

Uma distinção muito importante que se faz da pintura é a sua classificação em pintura figurativa ou pintura abstrata.

Diz-se que determinada pintura é figurativa quando ela representa algo da realidade, tal como um modelo, uma paisagem, um objeto. Isso não significa que a obra precisa ser realista, representando exatamente a natureza ou a forma humana da maneira como elas realmente são, mas sim que o artista se baseia em algo do mundo exterior para a criação, podendo-se resultar numa obra estilizada ou realista.

Alguns artistas, entretanto, pertencentes ao movimento chamado hiper-realismo, surgido em 1968, tentam representar a realidade exterior da maneira mais realista possível, como o pintor hiper-realista chileno Claudio Bravo (1936-2011).

Pelo contrário, ela é abstrata quando não se pauta em nada da realidade exterior. Trata-se, portanto, de uma forma de arte “não-representativa”. Uma pintura é não-representativa quando não se baseia em algo da realidade exterior, como as pinturas de Jackson Pollock (1912-1956), que alcançam a abstração absoluta, como a sua obra Convergence (1952).

Porém, uma pintura pode ser muito ou pouco abstrata, a depender do nível de abstração. No Cubismo, por exemplo, embora este seja frequentemente considerado um movimento abstracionista, os pintores baseiam-se em objetos ou pessoas ou paisagens do mundo exterior, com em Les demoiselles d’Avignon (1907), de Pablo Picasso (1881-1973), que representa cinco mulheres nuas em um bordel em Barcelona, Espanha, na rua Avignon. Representa, portanto, algo da realidade exterior, apesar de o fazer de maneira distorcida.

Gêneros de pintura

Alguns dos principais gêneros de pintura são os seguintes:

  • Pintura devocional, representando, de alguma maneira, a relação entre Deus e o homem, utilizada especialmente para decorar construções religiosas, auxiliando os fiéis a exercitarem sua fé em cerimônias litúrgicas. Um exemplo é Crucificação (1311-1320), de Giotto di Bondone (1267-1337);
  • Pintura de retrato, um dos gêneros mais recorrentes, em que se representa alguma pessoa em determinada pose. Geralmente, a pessoa em questão é famosa, rica, importante ou íntima do pintor. As poses mais comuns são o perfil (de lado) e o perfil de três quartos (com ¾ do rosto à mostra, estando uma das orelhas encoberta). Um exemplo de retrato é Moça com brinco de pérola (1665), de Johannes Vermeer (1632-1675);
  • Autorretrato, uma variação do retrato, em que em vez de se representar outra pessoa, o artista representa a si mesmo. Geralmente, ele o faz com o intuito de estudar anatomia e determinadas poses. Um dos pintores mais conhecidos pelos seus autorretratos (que foram muitos!) foi o holandês Rembrandt (1606-1669), que provavelmente não o fez apenas para estudos, mas por gostar de representar a si mesmo, como o fez na pintura O filho pródigo na taverna (1635-1636);
  • Pintura de gênero, em que se representa cenas do cotidiano e do ambiente doméstico. Esse tipo de pintura predominou especialmente na Holanda do século XVII, e um dos seus principais nomes foi o já citado Johannes Vermeer, como com sua famosa pintura A leiteira (1658-1660), representando uma empregada de cozinha despejando leite em uma tigela;
  • Paisagem, que, como o nome sugere, consiste na pintura de paisagens, estando a natureza ou a arquitetura das cidades em primeiro plano. Como exemplos podemos citar Claude Monet (1840-1926), com suas pinturas da natureza, como Les Coquelicots à Argenteuil (1873) e Canaletto (1697-1768), pelas pinturas de cenários urbanos, como Entrada para o Grande Canal (1730);
  • Natureza morta, por fim, em que se pinta objetos inanimados, sem vida, tais como frutas, flores, livros, garrafas, móveis etc. Um bom exemplo de pintura de natureza morta é Nature Morte au Panier (1888), de Paul Cézanne (1839-1906).

A autonomia dos pintores

A escolha do material, da superfície e da técnica e do estilo pessoais por parte do artista resulta numa obra geralmente única, sendo a pintura, portanto, uma técnica repleta de experimentações e subjetividades, com cada pintor tendo sua própria linguagem visual.

Nem sempre, entretanto, os pintores ocuparam papel de destaque no processo e nem tiveram muita autonomia. No início, os pintores eram empregados tais como os artesões, sendo o processo de pintura mecânico e pouco prestigiado. Via-se a pintura como um trabalho manual e, portanto, segundo a perspectiva da época, inferior ao trabalho intelectual dos poetas, filósofos, escritores etc.

Além disso, a pintura não era um fim, por si só, mas parte de um todo maior. Pintava-se (e esculpia-se) especialmente para ajudar na decoração de projetos arquitetônicos, tais como mosteiros, igrejas e catedrais.

O pintor ganhou status de artista, independente e criativo, apenas durante o chamado Renascimento Cultural, quando os pintores começaram a receber incentivos, especialmente econômicos, por parte de comerciantes e aristocratas, e firmaram-se nos chamados ateliês.

São do Renascimento nomes como Michelangelo (1475-1564) e Leonardo da Vinci (1452-1519), que ascenderam social e economicamente na vida apenas por meio de suas artes, chegando a trabalhar diretamente para a elite da época. Diz-se, inclusive, como representado na pintura A morte de Leonardo da Vinci (1818), de Ingres (1780-1867), que o próprio rei Francisco I da França segurou a cabeça de Leonardo no leito de morte deste, em 2 de maio de 1519. Não se sabe se a história é verídica, mas certamente simboliza o triunfo da pintura e do prestígio do pintor, elevado a gênio.

Formado em Letras Português/Inglês pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), com foco em Teoria da Literatura, Literatura Brasileira, Poesia e Tradução, é editor da WebGo Content e tem experiência com revisão, redação para web e gerenciamento de pessoas.

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