O que foi o Sertanismo de Contrato?
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O sertanismo de contrato foi uma forma de atuação dos Bandeirantes na exploração do Brasil em direção ao interior. Isso ocorreu principalmente no século XVII, com motivação especial na busca de metais preciosos com a escravização de pretos e indígenas.
Esse tipo específico de bandeirantismo surgiu com a crise do açúcar após a expulsão dos holandeses e a necessidade, pela Coroa portuguesa, de obtenção de riquezas por novos meios.
O que foi o bandeirantismo?
O bandeirantismo foi uma prática que se deu no século XVII, na qual expedições de bandeirantes saiam de São Paulo em direção ao interior. O objetivo era encontrar metais preciosos, como foi o caso do ouro em Minas Gerais.
Foi um período de grandes descobertas e expansão da área explorada. Isso possibilitou também a diversificação do comércio da Colônia. No período do bandeirantismo, ocorreram mudanças consideráveis no Brasil Colônia, incluindo o deslocamento das atividades econômicas centrais da região Nordeste para o Centro-Sul.
Entre os bandeirantes mais famosos estiveram Fernão Dias, Manuel Borba Gato e Antônio Raposo Tavares.
As expedições tiveram importante papel no povoamento do interior do território brasileiro. No entanto, também houve muitas consequências negativas desse bandeiratismo. Além da escravização, milhares de indígenas foram mortos neste período de confronto.
Este bandeirantismo dividiu-se em três tipos, de acordo com os objetivos das expedições. O primeiro, de apresamento, ficou marcado pelo aprisionamento e a escravização de indígenas. O segundo foi de prospecção, no qual buscava-se produtos quando não eram encontrado metais preciosos na região. E o terceiro foi o sertanismo de contrato.
O que foi o sertanismo de contrato?
O sertanismo de contrato foi um movimento de expedições que tinha como objetivo capturar negros foragidos e também combater tribos indígenas que resistiam à escravização. Estas expedições eram financiadas por autoridades da Colônia, senhores de engenho e grandes fazendeiros.
A principal atribuição do sertanismo de contrato era exatamente combater e destruir quilombos formados por ex-escravizados.
Um dos bandeirantes do sertanismo de contrato mais famosos foi Domingos Jorge Velho, que combateu dezenas de tribos de indígenas no Ceará e Rio Grande do Norte. Em 1694, o governador da Capitania de Pernambuco contratou Jorge Velho para dar fim ao Quilombo de Palmares.
Sua expedição em direção à Serra da Barriga destruiu o Quilombo com o apoio da tropa pernambucana. O cerco durou 22 dias. Com a vitória sobre o agrupamento, o bandeirante foi recompensado com grandes porções de terra.
O Quilombo de Palmares esteve entre os mais famosos da história do país devido à liderança de Zumbi. Com seu histórico de resistência e luta, Palmares foi capaz de se expandir por uma área que superava 27 mil quilômetros.
Legados do bandeirantismo
Apesar do papel na mudança da economia brasileira, levando até mesmo à troca da capital federal de Salvador para o Rio de Janeiro, o bandeirantismo foi responsável por um verdadeiro genocídio de indígenas e ex-escravizados. Sua atuação contra aldeias indígenas visava à escravização desses indivíduos, mas incluia também saques, assassinato de crianças e estupro de mulheres.
Com a ascensão de São Paulo na economia e na cultura, no século XIX e início do século XX, houve também a exaltação da figura do bandeirante como desbravador.
Na verdade, os bandeirantes se tornaram heróis graças aos esforços de autores como Olavo Bilac e Manoel Bonfim. O desejo de construir uma nação com mitos fundadores fez com que a literatura passasse a retratar uma falsa relação harmônica entre os diferentes grupos sociais que construíram o país, apagando a violência do processo de miscigenação.
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