Socialismo Marxista – O que é? Origem, Características e Objetivos

Na segunda metade do século XIX, dois filósofos alemães, Karl Marx e Friederich Engels, desenvolveram um conjunto de ideais e teorias que ficou conhecido como Marxismo. Essas teorias versavam sobre diversos temas, tais como filosofia, economia e política, e tinham como objetivo compreender as relações sociais que se baseavam no sistema de produção capitalista.

Uma dessas teorias, em especial, ganhou muita importância ao longo do século XX como uma alternativa política e econômica ao Capitalismo: o Socialismo Marxista.

O que é Socialismo?

O Socialismo é uma corrente ideológica originada entre o final do século XVIII e o início do século XIX, e tinha como característica a transformação da sociedade, de forma lenta e gradual, em uma sociedade igualitária e harmoniosa. Essa corrente tinha como principais pensadores Charles Fourier, Robert Owen e Saint-Simon.

Embora tenha sido, a princípio, influenciado por essa corrente, Marx termina por romper com ela, tecendo várias críticas ao modo como os pensadores utópicos encaravam a sociedade e as transformações pelas quais esta deveria passar.

Na concepção de Marx, a sociedade só se tornaria mais justa se houvesse uma revolução, e, nesse sentido, juntamente com Engels, desenvolveu sua própria concepção de socialismo, imaginando uma sociedade igualitária na qual os meios de produção ficariam nas mãos dos trabalhadores, tendo como ponto de partida uma luta de classes.

O que é o Socialismo Marxista?

Na visão de Marx e Engels, todas as sociedades são marcadas por uma constante luta de classe entre a burguesia, detentora dos meios de produção, e o proletariado, aqueles que, por não disporem dos meios de produção, eram obrigados a vender sua força de trabalho.

Marx entendia que essa relação entre o burguês e o proletário se dava dentro de uma relação de exploração baseada pela busca de acúmulo de capital, e marcada pela injustiça. Além disso, o Estado era, na visão de Marx, uma força opressora, criada para proteger os interesses da classe dominante, embora fosse apresentado como um instrumento que representaria o interesse de todos.

A única maneira de reverter essa exploração era, segundo Marx, com a implantação do que ele chamava de ditadura do proletariado, que nada mais é do que uma revolução dos trabalhadores que resulta na socialização dos meios de produção.

No Socialismo Marxista, também conhecido como Socialismo Científico, a propriedade privada dos meios de produção fica nas mãos do Estado, que funciona com o objetivo de servir aos interesses dos trabalhadores.

Os meios de produção seriam colocados a serviço do povo, para que todas as necessidades da sociedade fossem atingidas, e cada trabalhador contribuiria com seu conhecimento e de acordo com sua capacidade. As classes sociais ainda existiriam, mas iriam, gradualmente, sendo eliminadas.

Esse sistema serviria como um período de transição para um outro modo de vida, livre do capitalismo, e no qual as classes sociais e o Estado seriam extintos. A esse modo de sociedade, Marx deu o nome de Comunismo.

Vale lembrar que o período em que Marx e Engels desenvolveram suas ideias coincide com o auge da Revolução Industrial, na qual os proprietários das fábricas investiam em maquinário com o objetivo de aumentar a produção e, como consequência, geravam desemprego ou empregos extremamente precários, sendo os trabalhadores expostos a duras jornadas de trabalho e a salários baixíssimos.

Conclusão

O modelo socialista pensado por Marx e Engels ganhou extrema importância no século XX, à medida que se colocava como principal alternativa ao modelo econômico capitalista. Vários países adotaram a ideologia de Marx e tentaram implantar regimes socialistas, tais como China, Rússia, Cuba e Coreia do Norte, entre outros. Porém, em todos esses exemplos, o que se viu foi uma versão própria do socialismo, pensada e voltada para o contexto específico de cada um desses países.

Bacharel em História pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

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